Tempos Turbulentos
A década de trinta do século XX, marca o
triunfo das ditaduras na Europa: A Itália e Alemanha, que reclamam novos
territórios, uma nova partilha da Europa e do Mundo. Todos acabam por ser
preparar para a guerra, quer seja para conquistarem novos territórios, quer seja
para se defenderem.
A Rússia, devido ao seu regime comunista,
constitui para todos os países uma ameaça pelo seu exemplo social: uma sociedade
alegadamente igualitarista.
A Alemanha toma a dianteira anexa a
Renânia (1936), a Austria (1938), Checoslováquia (1938-39), Boémia e Morávia
(1939), Lituânia (1939). Após ter estabelecido um Pacto com a Rússia (1939),
invade a Polónia (1/9/1939), levando a Grã-Bretanha e a França a declarar-lhe
guerra. A expansão da Alemanha torna-se imparável: conquista a
Noruega (1940), Dinamarca (1940), Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França (1940),
Jugoslávia (1941), Grécia (1941), etc.
A Rússia começa por encarar a Alemanha
como uma aliada. As ideias expansionistas de Hitler agradam-lhe: derruba os
"regimes democráticos e capitalistas ocidentais". A partir de 1939 passa a
fornecer à Alemanha alimentos e matérias primas que Hitler necessita para a
guerra, mas também se compromete a não interferir nas suas conquistas. Os
críticos dos alemães são silenciados.
Em troca, os alemães asseguram que não
irão interferir na sua expansão na Finlândia e na Polónia. Neste sentido,
procura alargar a área de defesa da cidade de Leninegrado (São Petersburgo) no
Golfo da Finlândia, ocupando territórios finlandeses. A 30/11/1938 invade a
Finlândia, bombardeia Helsínquia, mas acaba derrotada. A guerra prossegue e a
Finlândia acaba por ceder (12/3/1940). Em 1939, os russos invadem também
territórios no lesta da Polónia.
Invasão da Rússia
No dia 22 de Junho de 1941, na mais
completa surpresa (?), a Alemanha invade a Rússia (Operação Barbarossa),
começando por destruir a quase totalidade da força aérea russa estacionada nos
aeródromos. Estaline, o ditador russo, não consegue reagir, de tal forma
confiava em Hitler.
Numa "guerra-relâmpago", com base em
forças motorizadas e em ataques aéreos, os alemães esperam aniquilar a Rússia
em, com pouco mais de um mês. Contam com mais de 3 milhões de soldados,
avançando numa frente de combate de 2.900 km!
Os objectivos iniciais eram três:
Conquista de Leningrado (Leninegrado, São Petersburgo), a segunda maior cidade
do país; Ocupação da Ucrânia, o celeiro da Rússia, com importantes industrias;
Conquista de Moscovo;
Conquista de Leningrado. Os alemães
pelo sul e os finlandeses pelo norte, a 8/9/1941, atacam a cidade montando-lhe
um cerco, mas não a conseguem conquistar. No interior ficam cercados 3 milhões
de pessoas que resistem heroicamente aos invasores. Quando a cidade é libertada
pelo exercito russo (27/1/1944), mais de 1,5 milhões de pessoas haviam morrido
devido aos bombardeamentos, frio e cansaço.
Ocupação da Ucrânia. A ocupação da
Ucrânia foi dos mais sangrentos acontecimentos da IIª. Guerra Mundial, mais de
14 milhões de pessoas foram mortas durante a guerra.
O primeiro território a ser totalmente
ocupado foi a Bielorrússia em poucos dias. A destruição deste país foi
devastadora, mais de 200 cidades e 9.200 aldeias foram queimadas ou destruídas.
Os alemães avançam muito rapidamente
por toda a Ucrânia dadas as características do terreno (plano), mas também
porque em muitos lugares foram recebidos como libertadores. O regime comunista
(soviético) fez aqui uma verdadeira chacina da população no princípio dos anos
30.
O avanço alemã parecia irresistível: Na
Batalha de Kiev ( 23
agosto – 26 setembro 1941) fizeram mais de 600 mil prisioneiros.
Hitler e Mussolini deslocaram-se à Ucrânia
para saudarem a proeza.
Na verdade nunca chegaram ocuparam
definitivamente todo o território: os russos montaram um eficaz sistema de
guerrilha que atuava na retaguarda dos alemães, matando-os e destruindo o seu
sistema militar. Os recursos que os alemães esperavam encontrar na Ucrânia não
se concretizaram: as principais industrias foram deslocalizadas para outras
partes da Rússia, os campos foram incendiados, numa rigorosa política de "Terra
Queimada". Os alemães matavam e escravizavam sem cessar milhões de pessoas. A
Ucrânia só foi completamente libertada em Outubro de 1944 pelo exercito russo.
Fotografia de Propaganda Alemã.
Raparigas ucranianas, com trajes tradicionais, saúdam um major-geral alemão.
1942.
Conquista de Moscovo. Os
alemães em Agosto de 1941 conquista a cidade de Smolensk, e depois de várias
hesitações, a 2/10/1941 lançam-se à conquista de Moscovo, tendo conseguido
atingir os seus arredores. Com a chegada do Inverno, os russos com tropas
frescas vinda da Sibéria, lançam um gigantesca contra-ofensiva, com novos
tanques (T-34) e lança foguetes (Katyuska). A 7/1/1942 os alemães recuam entre
100 a 250 km. A operação acaba por ser cancelada, marcando a primeira grande
derrota dos alemães na frente oriental.
Aliança Ocidental
Depois de anos e anos a combater os
regimes democráticos ocidentais, como a Grã-Bretanha ou os EUA, a Rússia passa a
considerá-los seus aliados, recebendo dos mesmos ajuda para enfrentar os
alemães...
Nova Ofensiva
Os alemães, seis meses depois terem
invadido a Rússia, percebem que tinham desvalorizado o seu poder e sobretudo as
suas dimensões (população, território, recursos). Nenhum dos objectivos que
tinham traçado para a invasão haviam sido atingido. Hitler traça então para
1942, novos objectivos: conquistar os recursos petrolíferos dos Caucaso.
Conquista de Stalingrado. Para
cortarem o acesso dos russos ao Caucaso, em manda conquistar Stalingrado (antiga
Volgogrado). A 17/7/1942 a cidade é alvo de uma enorme ofensiva alemã,
envolvendo mais de 900 mil militares. Os bombardeamentos são contínuos.
Combate-se casa a casa. Apesar de todo o seu poderio, a 2/2/1943, os alemães são
obrigados a renderem-se.
A derrota dos alemães em Stalingrado
abalou a confiança dos alemães, e acabou com o mito da sua invencibilidade.
Batalha de Kursk. Para recuperar a
confiança do exercito, Hitler traça um novo objectivo: uma força militar
constituída por mais de 4.500 tanques pretendia cercar e capturar mais de um
milhão de soldados russos, e conquistar várias cidades. Os russos conhecedores
dos planos dos alemães preparam um vasto sistema defensivo ao longo de
5.600 km. A batalha começou a 5 Julho de 1943 terminou 18 dias, com mais uma
enorme derrota dos alemães que batem em retirada. A partir daqui as tropas
russas tomam a iniciativa de combate, só terminará em Berlim.
Bandeira da Rússia (URSS) sobre o
Reichstag em Berlim, 1945
Rendição de Berlim
Aos alemães no inicio de 1945 pouco mais
restava do que tentarem negociar a sua rendição, algo que o regime nazi se
recusava a aceitar. Entretanto as forças russas preparam-se para conquistarem
Berlim. A ofensiva começou a 16 de Abril de 1945. A 30 de Abril Hitler
suicida-se. A 2 de Maio Berlim rende-se aos russos. A 8 de Maio a Alemanha
rende-se incondicionalmente às forças aliadas (Rússia, EUA, Grã-Bretanha e
França).
Auschwitz, Polónia. A 27/1/1945 o
campo foi libertado pelos russos.
Campos de Concentração. No seu
avanço para Berlim, russos e norte-americanos vão-se deparando com a
inimaginável brutalidade dos alemães: campos de concentração destinados
exterminar em massa seres humanos (judeus, ciganos, prisioneiros de guerra,
políticos, etc).
A nação que era considerada ao tempo, a
mais avançada em termos tecnológicos e científicos do planeta, foi também capaz
de gerar e escolher como seus dirigentes seres humanos de uma crueldade sem
limites.
A conquista de Berlim pelos russos, em
1945, mostra claramente que quando um povo quer, por mais poderoso que seja o
seu inimigo, pode perder muitas batalhas, mas no final acaba quase sempre por
vencer a guerra.
Expansionismo Russo
Seguindo a antiga prática dos Czares,
Estaline, aproveita o avanço na direção de Berlim para anexar novos
territórios. Os Estados Bálticos (Lituânia, Estónia e Letónia) que haviam sido
conquistados por Pedro, o Grande, no século XVIII e durante a a Iª. Guerra
haviam de novo readquirido a sua independência são desde logo anexado.
O facto das tropas do EUA e da Grã-Bretanha
deixarem a libertação do leste da Europa ao cuidado da Rússia, permite-lhe
ocupar e transformar em "estados satélites" a Polónia, Roménia, Bulgária,
Hungria e a Checoslováquia. A parte leste da Alemanha ficou também sob o
controlo da Rússia. A Jugoslávia conseguiu alguma autonomia. A Grécia
libertou-se do controlo russo. Estava declarada uma nova guerra pelo controlo do
mundo, agora entre "pró-russos" e "pró-soviéticos", a chamada "guerra fria".
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