A
Preparação da Partida
Ajustado com alguem dentro da complexa maquina
do<salto>(assim se chamava a abalada clandestina) o preço monetario a
pagar, na altura em média 10.000$00, porque o resto poderia custar muito mais.
Mas o candidato sabia-o e não hesitava, a decisão de abalar era profícua…
não havia outro caminho a seguir.
Assim alguma roupa preparada, só o indispensável e
alguma coisa para comer, assim partiam dezenas e centenas,
pelo silêncio da noite; desapareciam como por encanto e quando os filhos
mais novos acordavam e procuravam pelo pai ou irmãos (mais velhos) que
tambem tinham partido, a mãe de lágrimas nos olhos e coração desfeito,
dava-lhes qualquer desculpa !…
Que tinham ido aqui ou ali, pois as crianças
dormindo não deram conta dos beijos misturados com lágrimas que o pai lhes
tinha dado no silêncio da noite.
E assim partiam
da terra que os viu nascer deixando para traz a melhor fortuna que
tinham…mulher, filhos e familia.
Introduzidos em territorio espanhol durante a noite em determinado ponto da
fronteira, eram escondidos nos montes, nos estábulos dos animais de onde eram
carregados e misturados com os mesmos, em camiões proprios para o efeito,
“proprios para o transporte de gado”e assim faziam
a travessia de toda a Espanha. Os homens encarregados deste transporte
chamavam a estes, <borregos> e rotulados como tal assim eram transportados
para evitarem as autoridades espanholas. Borregos era o nome de código
utilizado para se referirem aos emigrantes clandestinos.
Estas viagens levavam alguns dias e por vezes até
mais de uma semana, consoante as dificuldades ou facilidades que se deparavam,
muitos factores e pormenores tinham
que ser conhecidose ponderados o que por vezes obrigava a atrasos. Uma vez
chegados ao destino desta segunda etapa da viagem, proximo da fronteira Francesa
eram novamente descarregados junto com os animais para outro lugar onde
aguardavam as ordens dos <passadores>.
Desde que entravam em Espanha
eram espanhois que se
entregavam das operações, embora
seguidos a distancia por compatriotas nossos, angariadores dos mesmos.
Nova noite, nova aventura que seria a final etape
para o escape alem Pirineus.
Era a travessia
destas montanhas rudes e rochosas tantas vezes geladas e cobertas de
neve, que normalmente eram transportas a
pé pela escura noite, que eram mais temidas, pois historias se contavam e
muitas verídicas, de que os que se
recuzassem ou arrependessem da travessia ou por qualquer motivo sofressem
qualquer acidente que os impossibilitasse de se moverem pelos seus proprios
meios, eram mortos a tiro ou abandonados na montanha.
Verdadeiras ou não estas afirmações, elas
constavam por estas aldeias da Beira. E quantos corpos de compatriotas nossos não
foram encontrados nestas montanhas ou desapareceram ?
Seria necessário entrar em muitos e detalhados
pormenores e averiguações para se constar quantos foram, mas…foram alguns.
E todos os que passaram por estas andanças o
sabemos.
Este factor atormentava muitos dos que seguiam a
aventura, se seriam ou não forçados a seguir a rota a pé, pelos Pirineus, mas
não havia garantia, pois eles nunca sabiam qual a modalidade escolhida pelos
<passadores>.
Muitas outras modalidades havia, que eram usadas
conforme as circunstâncias o aconselhassem ou o numero de <borregos> a
passar.Uma vez entrados em territorio francês continuavam a não estar seguros.
Isto dependia das leis em vigor de acolhimento aos emigrantes em França.
Havia ocasiões
em que eram aceites mesmo indocumentados desde que tivessem a confirmaçao
de um lugar certo de trabalho, noutras eram
mesmo postos fora do país, noutras eram
aguardados ou guiados por Portugueses ou Espanhois para os levarem às
autoridades francesas as quais lhes davam um salvo-conduto até chegarem ao
local de trabalho que muitas vezes era arranjado préviamente por esses
intremediarios a troco de mais uns milhares de escudos ou francos e assim
chegavam ao desejado destino depois
de uma aventurosa viagem de fuga à miséria e à guerra colonial em Africa.
Esta fonte de mão de obra barata interessava
igualmente aos franceses.
No entanto cada caso tinha o seu pormenor especial e
só o cada um que por eles passou o poderá dizer. Uma vez chegados ao local de trabalho, dura vida os esperava.
As primeiras dificuldades; a lingua , o isolamento a que eram forçados,
trabalho duro na agricultura, construção civil ou obras publicas, como pontes,
tuneis, estradas, caminhos de ferro, eram os trabalhos que esperavam o emigrante
português, explorado ao maximo pelos patrões.
Assim passavam os primeiros anos, trabalhando horas
a mais do que o normal, vivendo nas piores condições em velhos alpendres,
carruagens etc, fazendo o proprio comer e lavando a propria roupa.
Assim ajudaram a construir uma grande nação…França.
Tudo isto e muito mais aconteceu aqueles pioneiros
que no princípio se aventuraram.
Ultimamente as condições mudaram e muitos outros
foram encontrar melhores condições de vida e a grande ajuda moral dos
familiares e amigos que lá se
encontravam. Aqueles
que não seguian nas grandes levas, tentavam
aconselhados por outros, a seguir outros caminhos, como tentar a viagem
por conta propria, no comboio, apoiados a distancia por um amigo que já
conhecia a estratégia por já a ter passado anteriormente.
Tomando um automovel de aluguer
distante da povoação, não fosse alguem desconfiar, eram postos em
determinado ponto da fronteira, que nós motoristas de praça já conheciamos e
não muito longe da estação de caminho de ferro espanhola.
Eram lhe dadas as instruções e indicados o local por onde seguir de
forma a aparecerem na estação à hora da chegada do comboio emigrante que
vinha de Portugal, < o Sud > assim lhe chamavam, onde se misturavam com os
outros passageiros e se rêncontravam com o guia amigo que seguia documentado e
os orientava na tentativa e
lhes adquiria o bilhete para Hendaia, França.
Para se intoduzir em Espanha ia por vezes
disfarcado de trabalhador local, com um sáco ás costas, (pois a mala da
roupa era levada pelo amigo) ou de comprador ocasional de artigos para consumo
próprio que por norma eram mais baratos no outro lado, Espanha e os povos
fronteiriços compravam diariamente, como pão, carne, biscoitos, etc, em
pequenas quantidades a que as autoridades fronteiriças não ligavam grande
importancia, desde que fossem apenas para consumo próprio.
Assim se tentava alcançar a primeira etapa. Mas
sempre olhando desconfiado não fosse alguma patrulha fronteiriça descobri-lo e
ser apanhado nas malhas da justiça. E quantos de nós, motoristas praça não
fomos apanhados, presos e apertados para
não dizer mais, só porque uma patrulha lá longe nos viu largar um homem na
estrada, na chamada zona de desconfiança !
Foram muitos e eu o sei perfeitamente apesar de nunca ter sofrido esse
precalço.
Um dos serviços que não cobrando nehum extra,
poderia trazer-nos a nós motoristas de praça, grandes perigos
e dissabores… ossos da profissão e da situação em que então se vivia, em
que eramos obrigados a colaborar na emigração clandestina, mesmo até
involuntariamente.
Assim quando atingido o primeiro objectivo e
misturado com a multidão anónima de outros companheiros emigrantes, o guia
amigo já munido do bilhete para a fronteira francesa, Hendaya, entregava-o ao
companheiro para que podessem seguir viagem até á nova etapa.
Ali em Espanha já não havia o perigo da “Pide”
aparecer no comboio, rectificando os passaportes na caça aos clandestinos.
Atingida a
fronteira francesa, esta mais complicada, pois ali já-se falava outra lingua
diferente e com a tensão e os nervos a acumularem-se ainda mais, na expectativa
de alcançar a terra desejada.
Ali já não havia a terra árida da fronteira,
Vilar Formoso - Fuentes de Onôro,
parecida com aquela que se estava habituado a pisar dia a dia; para transpôr…
mas sim o ambiente do progresso francês, o movimento, mais linhas de caminho de
ferro, muitos comboios.
Nova estratégia era explicada pelo companheiro
amigo.
No recinto da estação era indicada a porta por
onde <passar> para o lado dos
revistados, ou indicado o sítio para onde seguir, enfiltrando-se para dentro do
comboio que segue a Paris. Mas...olho bem aberto, não vá alguen desconfiar da
manobra.
Outras vezes
dada a impossibilidade de tentar na estação de caminho de ferro, os candidatos
eram deixados à sorte, para tentarem noutra altura, talvês no dia seguinte.
Alguns mais destemidos arriscavam-se pela noite, depois de durante o dia terem
explorado o local a atravessar, o sujo rio Bidassoa que faz a divisão entre
Irun- Hendaia ( Espanha-França). Todas estas alternativas eram conhecidas e
usadas, por quem andava envolvido nestas andanças.
Quando um compatriota estava enrascado, fazia-se o
possivel para se desenrascar.
Muitas vezes se
atingia o objectivo, embora com grande sobressalto e tensão nervosa, a tirarem
o sono e a vontadede comer, mas noutras aparecia a mão negra do Polícia ou
Guarda alfandegário a estragar tudo.
E aqui começa a desiluzão depois de
tantos trabalhos passados e eis o drama de retorno à velha aldeia, de país
para país, de prisão para prisão, até
chegar a Portugal. Este processo chegava a levar
uma semana e…mais.
Em Espanha utilisava-se um processo de recambiar os
presos em que estes eram
transferidos de cadeia para cadeia, processo este que levava por vezes à volta
de duas semanas para um emigrante
clandestino chegar à fronteira portuguesa.
A família lá longe na aldeia, aguarda ansiosa as
notícias , mas eis que elas não chegam tão depressa, pois o companheiro que o
guiava no <escape> por vezes nada sabia do que poderia ter acontecido ao
outro.E só depois de percorrer
todo o comboio e verificar, mais de uma vez,
que o companheiro não aparece, começa a pensar que a tentativa tenha
falhado ou o companheiro tenha sido apanhado.
Pensa ele… pois a certeza não a pode ter, não
fosse ele tambem meter-se em riscos e estragar a sua propria vida. Assim chegado
ao destino envia notícias para a terra, dizendo que o Manuel deve ter tido
qualquer azar… e se foi apanhado, deve estar preso em Espanha, mas...
tranquiliza-os dizendo, não tenham mêdo pois isto leva o seu tempo. E mais
nada se sabe até que ele chegue às
mãos das autoridades portuguesas, dias ou semanas depois.
Sempre fugindo como que procurar o sustento para si
e para os seus, fosse um crime. Mas... era-o
para o regime deste Portugal oprimido, pois bastava um simples passaporte
turístico, para que se evitassem estes tristes acontecimentos.
Chegado novamente à sua pequena aldeia a vergonha e
a desiluzão apodera-se por algum tempo deste homem vencido pela pouca sorte,
mas não vencido na coragem e determinação de deixar a vida de miséria em que
vive ... cerrando os dentes, apesar do dinheiro gasto e de todos os trabalhos
que passou, decede-se a tentar
novamente, mas desta vez procurando um profissional
ou <passador> como se chamavam os homens encarregados desta missão, que
embora levando dinheiro e muita gente os considerava como desonestos, eu
pessoalmente considerava-os como destemidos, homens de grande coragem, que
embora actuando por dinheiro e quem é que neste mundo o não faz; e se
arriscavam a perder a propria vida ou a pezadas penas de prisão e monetarias,
para não falar dos célebres interrogatórios da Pide ou DGS.
E os emigrantes da França que conheciam
as dificuldades e perigos desta vida, saberão bem avaliar isso ... e ao
fim e ao cabo acabarão por reconhecer que não foram mal empregados os milhares
de escudos dados ao “passador,” pois sem eles era impossivel a muitos
compatriotas nossos atingir o que desejavam, para obter uma vida melhor e muitos
não estariam hoje na situação desafogada em que se encontram.
Este é um facto que merece ser realçado, por isso
aqui o anóto tambem.
Outra via frequentemente utilizada quando se tentava
passar um, dois ou tres emigrantes era a do automovel.
Pessoas com alguma experiência nestas viagens e com
carro próprio, que poderia ser particular (português) ou mais frequente de matricula francêsa, que proporcionava
mais facilidade e menos desconfiança às autoridades, transportavam-se
misturados com com dois ou três passageiros legais, documentados com
passaporte, os outros clandestinos que eram previamente introduzidos para lá da
fronteira espanhola, em local êrmo, já previamente conhecido; de dia ou de
noite, à hora do jantar ou da ciesta... estes pormenores eram muito
importantes, conforme as circunstancias o aconselhas-sem.
Depois de os documentados terem passado a fronteira
eram os outros “pescados” e
juntos novamente seguiam viagem , que desde que não houvesse nenhum precálço
ou acidente em que fosse necessário intervir as autoridades espanholas ,
normalmente corria sem incómodo.
Porem atigida a fronteira Espanha - França,
enfrentava-se o problema de se
introduzirem naquele país.
Aqui normalmente
entregavam-se os passageiros clandestinos a um motorista de taxi de Irun, que a
troco de algumas centenas de pesetas, por conhecimento, ou na hora de ponta,
quando os espanhois atravessam a fronteira para irem trabalhar em França,
(centenas deles o fazem diariamente) eram introduzidos misturados com os
trabalhadores espanhois, que por rotina nem
necessitavam de mostrar identificação, apenas levavam o passaporte à
vista.
Este poderia até ser caducado ou doutra pessoa
diferente e passaportes caducados arranjavam-se facilmente, o que era necessário
era um passaporte. Claro que as autoridades fronteiriças confiavam um pouco nos
motoristas de praça de Irun, que faziam aquele tragécto varias vezes ao dia e
portanto já conhecidos das autoridades de vigia.
Com esta modalidade passei eu próprio alguns
compatriotas nossos e como muitos outros motoristas de praça conhecedores da
situação o faziam.
Havia que aproveitar, embora arriscando.
Nesta altura em
que se praticava esta modalidade, cobrava-se de quatro a seis mil escudos por
cada candidato, que só davam um tanto de sinal à partida da sua terra
e pagavam o restante depois, antes da fronteira francêsa, ou pessoa de
familia pagava o restante da importancia, na propria terra.
Portanto o risco para o candidato era menor, em
termos monetários e físicos.
O maior risco era
do motorista que fazia a operação.
Uma vez em territorio francês eram novamente
apanhados pelos companheiros e seguiam o destino, ou eram apresentados às
autoridades francêsas de emigração na terra de destino ou na fronteira, aos
quais davam um salvo-conduto por determinado tempo, isto consoante as
leis em vigor na época.
Quando esta modalidade se praticava mais,
por alturas de 1970, já as coisas iam correndo mais fácil para os novos
candidatos a emigrantes.
A experiencia adquirida por muitos dos emigrados,
familiarizados com estas viagens a França, proporcionava maior segurança para
os novos emigrantes. Tambem no regime de Marcelo Caetano, embora seguindo as pégadas
do seu antecessor, Salazar, já se notava uma maior flexibilidade na concessão
de passaportes turísticos, o que facilitava mais a partida, embora com algumas
clausulas de responsabilidade; como por exemplo o depósito de certa quantia em
dinheiro, normalmente 5.000$00 que os titulares do passaporte perderiam , se não
se apresentassem dentro do prazo estabelecido no mesmo, 30 ou 60 dias.
Ou então teriam que arranjar uma pessoa idónea que
seria responsavel pelo regresso do titular do passaporte.
Estes factores foram motivo para que a emigração
se acentuasse ainda mais, permitindo aos já emigrados a chamada dos
familiares mais idósos para junto deles, ou simplesmente visita-los.
Permitia tambem que outras pessoas sem grande ideia
de emigrar, fossem experimentar, e
muitos ficaram.
Enfim uma forma mais digna de tratar um cidadão,
pelo menos já não era necessário fugir como que um ladrão ou criminoso ou
misturado com os animais. Seria necessário entrar em detalhados pormenores para
se descrever o que os primeiros emigrantes passaram, desde as viagens do
“salto” até as condições de trabalho e viver que tiveram que enfrentar.
Vou citar alguns exemplos de que fui testemunho em
algumas das muitas viagens que fiz
á Europa, principalmente França, no transporte de emigrantes. Numa delas numa
viagem a uma cidade do centro de França, mais precisamente Brive, encontro
um conhecido que me convida a ir a sua casa, para me entregar uma
encomenda para a família; comecei por recusar dizendo que não tinha tempo, mas
como ele insistiu tanto e que morava ali perto, fui; pois é sempre um prazer
para um emigrante português receber um compatriota e de mais conhecido e da
mesma area de origem; pois ao verificar onde esse compatriota habitava, fiquei
chocado com as condições encontradas e o local onde vivia.
No fundo da escavação de uma antiga pedreira, numa barraca improvisada,
sugeito a um desmoronamento a todo o momento.
Embora fosse dentro da cidade, confesso que era de
meter mêdo o local onde este
compatriota habitava , mas este era um dos iliterados habituado a tudo e a todo
o trabalho, um desses tantos desprotegidos pela circunstancias da vida , que
ainda tinha a família em Portugal e por conseguinte vivia ali para amealhar
dinheiro e nada mais;
pois se ele quisesse poderia viver em melhores condições. Noutro caso,
numa viagem cujo destino era Dusseldorf, na Alemanha, depois de dois dias e uma
noite de viagem já muito para o norte de Paris, parámos já quase sol posto
para comer, da merenda…à hora de jantar, pois emigrantes raramente comiam em
restaurantes.
Paramos num pequeno desvio à beira da estrada em
frente do qual estava uma casa em ruinas, meia desmoronada, meia direita, era um
domingo do mês de Agosto de 1971. Cada um dos passageiros, neste caso eram
passageiras, moças novas que trabalhavam na Alemanha, abriu a sua merenda, bom
chouriço caseiro, presunto, etc e começámos a comer; entretanto numa vista de
olhos ao lado da casa é que verificamos que
a mesma estava caída na parte de traz. Alguem do grupo diz: mesmo assim e capaz
de cá morar algum português:
Mal as palavras eram ditas e uma voz houve-se
lá de dentro dizendo; ó filhos do C...lho;
todos ficamos calados por um momento mas depois começamos
na rizada, afastando-nos um pouco da casa.
Entretanto disse eu; tambem poderia sêr mais
educado e falar doutra maneira, se já sabe que somos portugueses; ou seria
talvez nortenho, para os quais esta expressão é vulgar.
No entanto para retribuição, metemos-lhe algumas
cascas de melão, pelo buraco do correio. Brincadeiras
!!!
Estes são alguns exemplos das condições em
que a princípio alguns compatriotas tiveram que sugeitar-se.
Felizmente que o panorama hoje é bem diferente e
todos os emigrantes portugueses vivem mais ou menos em condições decentes
e muitos mesmo em melhores condições do que alguns naturais do próprio
país.
Daí advem algum sentimento de racismo dos naturais
do país, para com os emigrantes.
Entretanto as aldeias deste Portugal do interior ou
melhor rural, porque nem só do interior emigraram, iam-se tornando despovoadas,
como que povoações fantasmas e quem as percorria via apenas
uma ou outra pessoa a maioria já
de idade avançada, espreitando uma réstea de sol.
Em muitas delas algumas escolas fecharam por falta
de alunos, assim como fecharam estabelecimentos e acabaram outras actividades
regionais e artesanais, obrigando muitos outros a emigrar tambem !
era um tempo de frustação.
Entretanto uma nova actividade se tornava notória;
a construção civil
Continua
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