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Na semana em que o comissário da
União Europeia responsável pela imigração, o português António Vitorino,
declarava que o aumento da imigração na Europa é a única saída contra o
envelhecimento da sua população, um jornal português - Correio da Manhã -
tratava os imigrantes ilegais como animais, afirmando que a polícia se
entretinha a "caçá-los" na ruas. Estamos perante um exemplo paradigmático da forma
sensacionalista e racista como certa imprensa por toda a Europa explora a
questões da imigração, que onde os imigrantes ilegais são frequentemente
associados a "marginais", "criminosos" e agora também
a "animais". Por mais estranho que possa parecer
a noticia dada na primeira página deste jornal, não provocou qualquer comentário
quer das entidades oficiais, quer das organizações que
se dizem defensoras dos direitos humanos.
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O Paradoxo dos Europeus
"Quando perguntamos aos cidadãos de
cada Estado-membro da UE (União Europeia) se aceitam mais estrangeiros, 60 a 70
por cento dizem que não. Mas quando olhamos para a realidade económica e
social, sabemos que as sociedades europeias estão em envelhecimento acelerado.
Não tenhamos ilusões: em 2050, a média etária dos EUA será de 37 anos, a da
Europa de 52 anos".
(...) Temos de assumir que as nossas
sociedades vão ser mais diversas no futuro -
etnicamente, religiosamente, culturalmente. É preciso que essa diversidade não
ponha em causa os valores fundamentais: o respeito pela democracia, pelos
direitos fundamentais, pela igualdade entre homens e mulheres, pela laicidade do
Estado. Quem vem para cá ( para a Europa) tem de aprender a respeitá-los e nos
temos a obrigação de os integrar no respeito por esses valores".
António Vitorino, comissário da UE,
entrevista ao jornal Público, 2/2/2004
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