Saúde
Se há área que
funciona mal em Portugal é a da saúde. No entanto, é um dos países europeus
que mais gasta na saúde em função do rendimento per capita. A despesa
pública com a saúde, em 2003, atingiu os 7,1 % do PIB. Não apenas aumentou as
despesas com a saúde, mas também o número de médicos, de enfermeiros, de técnicos e
funcionários hospitalares, etc. Em Portugal, por exemplo, o número de
médicos e de enfermeiros por habitante é superior ao da média europeia.
Apesar disto, não tem parado de diminuir a qualidade dos
serviços prestados nos hospitais e centros de saúde públicos.
Hospitais. A
esmagadora maioria são mal geridos (por médicos) e prestam um serviço
deplorável aos cidadãos. Apesar dos enormes investimentos que tem sido
alvo, alguns deles estão povoados de barracas e de lixeiras (Hospital do Rego,
Hospital dos Capuchos, Hospital de São José, etc). Algumas medidas destinadas
a melhorar a sua gestão, acabaram por resultar na criação de enormes
privilégios para os seus gestores. Proliferam por todo o país hospitais e
centros de saúde sobre-dimensionados para as populações que servem. A sua
construção não obedeceu a qualquer planeamento, mas foi apenas motivada por
estratégias partidárias ou lóbis locais.
Médicos.
Portugal tem um número
de médicos por habitante superior à média da União Europeia, no entanto o
país debate-se com o problema da falta de médicos.
A
partir dos anos oitenta do século XX, a Ordem dos Médicos opôs-se ao aumento
da formação de novos médicos. O objectivo era proteger o emprego e os
salários dos médicos. No princípio do século XXI, os cidadãos portugueses
pagam agora uma factura pesadíssima por terem deixado que esta medida fosse
aplicada: a) Embora descontem
para o sistema de saúde, os cidadãos vêm-se obrigados a recorrer a hospitais particulares
ou aos consultórios privados de médicos que trabalham nos hospitais públicos.
Um escandalo.
b) A maioria dois
serviços de medicina só funciona quando os médicos estão em serviço
extraordinário. Apoiados numa gestão caótica dos hospitais públicos,
milhares de médicos fazem verdadeiras fortunas em horas extraordinárias e
outros serviços similares.
c) O número de
médicos estrangeiros não pára de aumentar, para preencherem as vagas que os
médicos portugueses não querem, nomeadamente no interior do país;
d) Não param de
aumentar as denúncias de casos de ligações obscuras entre médicos e a
industria farmacêutica. A condição de fragilidade do doente é explorada por
verdadeiras mafias.
c) Centenas de
jovens são obrigados todos os anos a saírem de Portugal, para se poderem
formar em medicina, dado que o sistema de entradas nestes cursos continua a ser
muito restritivo. É cada vez maior o número de médicos portugueses formados
no estrangeiro, porque o Estado e o sistema corporativo instalado impede a sua
formação em Portugal. Um completo absurdo.
A medicina em
Portugal está transformada numa roubo do erário público. A medicina tornou-se
sinónimo de saque dos doentes e das suas famílias, proporcionando uma boa vida
a quem não tenha escrúpulos de se aproveitar de pessoas debilitadas.
Uma
Vergonha ! Um estudo feito em 2003,
mas só divulgado a 18 de Novembro de 2005, apresenta números
impressionantes sobre o caos que reina no sistema de saúde em Portugal.
O desperdício de recursos económicos e humanos é total.
Hospitais públicos com: - Mais médicos do que
enfermeiros. - Mais médicos do que
camas. - Uma média de
doentes atendidos por ano/médico de apenas 30 pessoas...
- Taxas de ocupação de
internamento de apenas 73,5 %, quando o mínimo em termos de eficiência
é de 80%. A esmagadora maioria dos
hospitais públicas não tem qualquer sistema minimamente fiável para
verificar a assiduidade e pontualidade do seu pessoal, em
particular dos médicos e enfermeiros. Um luxo só possível em
Portugal. |
Enfermeiros.
O seu número aumentou de forma significativa, assim como a sua
formação, o que não se reflectiu na melhoria da qualidade dos serviços
prestados aos doentes.
Farmacêuticos.
As farmácias constituem um verdadeiro monopólio no sistema nacional de saúde.
Os interesses dos consumidores são claramente secundarizados em função dos
interesses instalados.
Industrias
Farmacêuticas. Muitos dos medicamentos em Portugal custam em média mais do
que na Espanha, França ou na Itália. A razão é simples: o sistema instalado
procura proteger as industrias e distribuidores instaladas no país á
custa do dinheiro dos contribuintes.
|