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PORTUGAL |
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Breve História
de Portugal . |
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Antecedentes
Os mais antigos vestígios da
ocupação de Portugal datam de há cerca de 1,3 milhão de anos. Foram encontrados no litoral da
estremadura portuguesa e estão entre os mais antigos da Europa.
Não existe
uma linha clara de continuidade entre os povos aqui viveram e aqueles que hoje se denominam de portugueses.
Apesar de tudo, os portugueses gostam de assinalar como manifestações dos
seus antepassados remotos uma dezena de casos. Mais
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A Ideia
Ninguém sabe ao certo quando
começou a surgir a ideia da criação de um reino independente no território
que hoje constitui Portugal. Havia a memória da existência a sul da Lusitânia
no tempos dos romanos. Um ideia que nunca desapareceu. Foi no norte de Portugal
que tudo começou. Depois
do Fim do Império Romano, o norte de Portugal e a Galiza fazem parte do
instável reino do Suevos
(410-589), cuja capital se situou em Braga. No
século V,
Agiulfo, o governador de
Portucale,
pretendeu tornar a região do Porto independente, mas acabou por ser executado (457).
Era um sinal de tempos futuros.
O
fim do reino do suevos (589) marcou o abandono do norte de
Portugal. O que se acentuou ainda mais no período que se seguiu às invasões dos muçulmanos (711).
As populações estavam
entregues a si próprias e tiveram que criar os seus próprios meios de defesa e
organização. O Reino de Leão,
em 868,
aproveitou as suas fragilidades para
criar a norte do Mondego dois importantes condados - o Condado Portucalense e o
Condado de Coimbra - que umas vezes se uniram,
outras lutaram entre si. Em todo o caso, a região afirma-se já como um
espaço diferenciado do resto da Península Ibérica.
No Porto,
Vímara Peres, em 868, em nome do Rei de Leão funda o
Condado
Portucale
estabelecendo a sua sede em Guimarães.
Estes condes, apoiados nos senhores locais, não se limitam a defender o Condado,
mas manifestam crescentes desejos de autonomia.
Para
controlar os seus impulsos de independência, Ramiro II de Leão (900-965), entre 926 e 930,
fixa-se em Viseu e proclama-se rei de Portugal (
Rei da
Terra
Portucalense /
Terræ
Portugalensis
).
Ideia que abandona em 931 para se tornar Rei de Leão.
Em 938, Portucale aparece já num
documento como uma unidade regional: o território a sul do rio Lima e a norte
do Douro, separado da Galícia. Numa das muitas revoltas que desencadearam, no ano de
1071, o conde (Nuno Mendes) foi morto numa batalha perto de Braga contra o Rei da
Galiza.
Em 1095,
os galegos entregam o Condado Portucalense a D. Henrique, um dos filhos do
Conde de Borgonha. Esperavam dele e dos seus descendentes fidelidade, mas
os desejos locais de independência acabaram por o influenciar em sentido
contrário.
Em Coimbra, em 871, é
também criado por conquista o Condado de
Coimbra. Como no condado anterior,
os condes de Coimbra foram os mais ardentes defensores da sua independência face ao
Reino de Leão. Os episódios de rebelião são uma constante. Em 966 envenenam
Sancho I, na cidade de Viseu. No final do século
X, não hesitam em aliarem-se ao célebre caudilho muçulmano
- Almançor ou Almansor - para invadirem a Galiza e saquearem Santiago de Compostela. Em 1095
o Condado de Coimbra foi integrado no de Portucale.
Se o poder destes condes diminui
em meados do século XI, a verdade é que quando isso aconteceu as grandes
famílias entre o Douro e o Minho (Rib
Douro, Maia, Sousa, etc), mas também bispos e clérigos passaram a apoiar os
desejos de independência regional. Apenas lhes faltava um líder capaz de os congregar e chefiar. O
líder não tardou a surgir - D. Afonso Henriques, filho do Conde D. Henrique.
Na Batalha de S.Mamede, em 1128, é proclamada a Independência de
Portugal. Ainda não havia uma nação, mas um novo país.
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1128-1414: Construção de um
país O pequeno reino
de Portugal que se proclamou independente, em 1128, é fruto da vontade de um punhado de homens e mulheres que contaram
desde logo com o apoio das comunidades locais.
No ano de 1143 é reconhecido como um Estado independente no contexto europeu. Em 1249 tem já as suas fronteiras
completamente de definidas com a conquista do Algarve. Os portugueses ao
longo deste período criam não apenas uma cultura, mas também um trajectória
histórica que, nos momentos decisivos como a crise de 1383-1385, os faz
sentirem-se muito diferentes dos restantes povos ibéricos.
Impossibilitados de se expandirem
pela restante Península Ibérica, a partir do século XIV
iniciam a exploração do mar, o imenso oceano Atlântico que banha as
costas de todo o país.
Entre 1143 e 1414 a sua acção
colectiva centra-se em quatro áreas fundamentais:
1.
A ocupação, defesa e desenvolvimento do território.
Os primeiros reis fundam povoações, fortificam-nas, criando as condições
para a sua fixação das populações e seu desenvolvimento;
2. Organização
administrativa.
3.
Fomento da cultura:
Fundação de escolas junto das catedrais, nos mosteiros, criação da 1º.
universidade, vinda de estrangeiros para áreas que o país carecia, etc.
4.
Estabelecimento de uma rede de alianças estratégicas.
Os vários reinos ibéricos, como Castela constituem uma ameaça continua para
as populações e a integridade do país. Desta forma a opção foi estabelecer
alianças estratégicas como outros reinos ou potentados europeus (Flandres,
Inglaterra, etc).
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Século XV : Da Expansão Marítima ao
Fascínio pelo Oriente A
conquista de Ceuta, no norte de África, em 1415, marca o inicio de uma nova
etapa na história de Portugal. O país afirma a sua
vocação mundial, o que irá marcar a sua trajectória durante séculos.
Ao longo do século XV, de forma
sistemática, é explorada toda a costa africana, mas também o próprio oceano
Atlântico. Em pontos estratégicos para a navegação são fundadas fortalezas,
procedendo-se também à colonização dos territórios descobertos ou
conquistados: Madeira (1419), Açores (1427), Alcácer-Ceguer,
Arzila, Tanger, Santa Cruz (Agadir), Castelo-Real (em Mogador), Aguz, Safim,
Azamor, Mazagão, S.Jorge da Mina (Guiné, 1481), etc, etc.
Esta rede de pontos de apoio
(fortalezas, portos, feitorias) atinge no final do século XV a costa leste de
África. A partir de então o objectivo passou a ser atingir a India, o que
será conseguido em 1498. A rede de pontos estratégicos para apoio à
navegação e o comércio marítimo assume cada vez mais uma dimensão
global.
A exploração da África e
do Oriente começa a ser feita também através da terra. Um número sempre
crescente de exploradores aventura-se pelo interior de terras desconhecidas.
O
século XV é marcado por três acções colectivas fundamentais:
1.
Domínio da ciência nautica;
2. Inovação tecnológica;
3. Exploração
sistemática da costa africana e depois da rota para a Índia.
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Século XVI: Estado Global
A descoberta do caminho marítimo
para a Indía (1498), o "achamento " do Brasil (1500), a chegada a Samatra e
Malaca (1509), Timor, China (1514), Japão (1541), Sião, Birmânia, Tartária,
Molucas, Mongólia (1607), Himalaia e Tibete (1624), etc., mas também as expedições a nível mundial
comandadas por portugueses, como a primeira viagem à volta do mundo por
Fernão de Magalhães (1519-22), acabam conduzir Portugal para a criação do
primeiro Estado Mundial da Era Moderna. A sede está na Europa (Portugal), mas
uma vasta organização opera em todos os continentes (Europa, Ásia, África,
América, Oceania ). Em cada continente o país dispõe de territórios dotados de
autonomia administrativa, adaptados no seu funcionamento às condições
locais. Estes territórios ou posições estratégicas garantem o
abastecimento e o apoio logístico ao comércio, colonização e outras
operações coordenadas à escala global.
A
navegação portuguesa percorre todos os mares. Aspecto curioso: um dos peixes
mais apreciados na gastronomia portuguesa - o bacalhau - era pescado pelo menos
desde 1506 a muitos milhares de quilómetros de distância, nas costa do Lavrador (actual Canadá).
A
enorme dispersão de pontos de apoio por todo o mundo, acabou por consumir enormes recursos
financeiros e humanos, o que levou os portugueses a abandonarem muitos
deles, concentrando-se os seus esforços num projecto que galvanizará o país
durante três séculos - a criação do Brasil. Ao longo dos séculos XV e XVI
ensaiam diversos modelos de colonização em diversos pontos do globo (Madeira,
Açores, regiões africanas, asiáticas, oceânicas), que depois em larga escala
serão aplicadas no Brasil.
Este período é marcado por
três acções colectivas fundamentais:
1.
Domínio de áreas estratégicas da ciência e da tecnologia: navegação
astronómica, cartografia,
construção naval, artilharia, etc;
2.
Logística mundial:
fortalezas, portos, feitorias em todos os continentes;
3.
Mobilização permanente de recursos humanos.Dada
a exiguidade da população portuguesa, esta operação à escala global exige
uma mobilização total da população para as diferentes acções em qualquer
parte do mundo. Cultiva-se uma mentalidade de sacrifício, resistência e de
adaptação a qualquer tipo de cultura, clima ou condições
locais.
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Século XVII - XVIII:
Criação do Brasil A descoberta do Brasil, em 1500,
não foi seguida de uma exploração sistemática do seu território. Portugal
estava empenhado em explorar o mundo, não um território em particular. A
ocupação do Brasil só se inicia de forma sistemática a partir de 1530.
Tratava-se de criar não apenas mais uma colónia, mas a maior que fosse
possível (95 vezes maior que Portugal).
Entre 1580 e 1640, os portugueses
aproveitam o facto da Espanha estar a ocupar Portugal (europeu) para expandirem
o território do Brasil para áreas que pertenciam à Espanha. Pedro Teixeira,
numa expedição pelo curso do Amazonas (1637-1639) ,atinge os Andes e alarga o
território do Brasil mais de 600 léguas para além do limite do Tratado de
Tordesilhas. Os bandeirantes paulistas, no século XVII, percorrem os vales do
Paraná, Paraguai e Uruguai, expulsam os espanhóis afirmando que a terra
era de Portugal. Finda a ocupação de Portugal pela Espanha (1640), os
portugueses do Brasil, não tardam em expulsar também os franceses e os
holandeses que entretanto haviam chegado ao Brasil.
A criação do Brasil implicou a
migração contínua de portugueses, não apenas da Portugal continental, mas
também das ilhas (Açores, Madeira, Cabo Verde). Calcula-se que entre 1500 e
1822 mais de um milhão de portugueses tenham ido para o Brasil.
A migração de portugueses para
o Brasil, iniciou-se logo após a sua descoberta em 1500. A acção de
colonização começou pela ocupação de todo o litoral costeiro desde o
amazonas ao Rio da Prata. A ocupação do interior foi incrementada nos dois
séculos seguintes. O Brasil apresenta-se como um terra de enormes oportunidades
para os portugueses, sem os perigos que têm que enfrentar noutras regiões do
mundo. Não é pois de estranhar que esta obra colonizadora acabe por despovoar
o próprio país retirando-lhe durante séculos a mão-de-obra que este carecia
para o seu desenvolvimento. Com o apoio do Estado recrutam-se à força milhares
de "colonizadores", nomeadamente nos orfanatos ou nas prisões.
Dada a exiguidade da população,
à semelhança do que fizeram noutros pontos do mundo, os portugueses promovem a
miscegenação fazendo filhos a indias, negras, criando desta forma um novo tipo
de raça: os mulatos !
As oportunidades abertas pela
exploração do açúcar (c.1530), o tabaco(1550) e depois do ouro e pedras
preciosas (séculos XVII e XVIII) estimulam esta verdadeira debandada em relação
ao Brasil. A criação do Brasil implica
um enorme esforço para Portugal, que continua a manter os principais pontos
estratégicos a nível mundial, como as possessões na Índia. Por outro
lado, a Espanha desde 1640 que desencadeia várias guerras contra Portugal. Na
Europa os espanhóis só acalmam quando em 1704 os portugueses invadem a Espanha
e tomam Madrid. Nas fronteiras no Brasil os conflitos arrastam-se até ao
século XIX. A independência do Brasil, em 1822, é preparada de forma a manter a
unidade desta vasta colónia, evitando toda e
qualquer tentativa de a fragmentar. Neste sentido, a independência é
proclamada por um príncipe e herdeiro ao trono de Portugal (D. Pedro I, IV de
Portugal), a que sucede o seu filho D. Pedro de Alcântara (D.Pedro II), outro
ilustre continuador da dinastia portuguesa dos Bragança.
Este período é marcado por
cinco acções fundamentais: 1.
Manutenção em condições adversas da logística mundial, abandonando apenas
os territórios que fossem impossíveis de manter;
2. Manutenção de guerras
permanentes com a Espanha, para afirmação da independência de Portugal;
3.
Mobilização permanente de recursos humanos, em especial para o Brasil.
Devido a este esforço, a população de Portugal (europeu) praticamente não
aumenta nestes dois séculos.
4.
Renovação das estruturas de ensino e formação; 5. Reorganização do Estado
de modo a adaptá-lo à novas condições internacionais.
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1801-1834: Guerras e profundas
mudanças A Europa estava
mergulhada no caos. A Espanha com o apoio da
França, em 1801, invade Portugal aproveitando o facto do país estar a
atravessar graves dificuldades internas e internacionais. Neste ano
os espanhóis tomam Olivença, onde irão praticar o
primeiro etnocídio da história contemporânea da Europa.
Em 1807 é a vez dos franceses
invadirem Portugal apoiados pelos espanhóis. Portugal torna-se num vasto campo de
batalha, onde portugueses e ingleses, sob o comando Wellington (1808), combatem os franceses e os seus
aliados espanhóis. A guerra alastra por todo o país, afectando directamente mais de um terço da
população. Em 1813, os franceses e os espanhóis seus apoiantes são expulsos de Portugal.
As tropas inglesas e portuguesas e os militares espanhóis que se lhe juntaram
avançam na direcção da França e derrotam Napoleão (1814).
É neste período que o Brasil torna-se
independente (1821) e se estabelece em Portugal um regime liberal (1822). As
lutas entre liberais e absolutistas acabam por conduzir o país para uma guerra civil
(1828-1834). Os liberais triunfam e a democracia é implantada em
Portugal. Este período é marcado por
três acções fundamentais:
1.
Manutenção da Independência de Portugal, mesmo que isso implica-se a mudança
da família real de Portugal para o Brasil (1807-1821).
2. Mudança das
estruturas políticas do país ;
3. Fomento da cultura.
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Século XIX - XX: África !
A reconstrução de Portugal,
completamente devastado pelas sucessivas guerras e as pilhagens do franceses e
espanhóis avança
penosamente ao longo de todo o século XIX. Contudo, rapidamente é definido um
objectivo nacional: Africa !
A opção africana define-se
logo após o fim da guerra civil (1834). Escrevia em 1836, Sá da Bandeira:
"...O estado em que se acham (os domínios portugueses ultramarinos) é
devido não só ao mau governo que tem tido a metrópole, mas a esta ter
prestado a sua atenção quase exclusiva ao Brasil... Nas províncias do
ultramar existem ricas minas de ouro, cobre, ferro e pedras preciosas... Em
África podemos cultivar tudo quanto se cultiva na América. Promova-se o
estabelecimento de europeus, o desenvolvimento da sua industria, o emprego dos
seus capitais, novas colonizações."
Inicia-se então a exploração e
ocupação sistemática do território africano, em particular da faixa entre
Angola e Moçambique. O objectivo é criar aí um dos maiores países de
África, cujo território se estenderia entre o oceano atlântico e o Indico. Projecto só abandonado em 1891,
acabando por contribuir para o fim do regime monárquico em Portugal ( 5 de
Outubro de 1910). O que
"restou" deste ambicioso projecto africano foram cinco países: Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
A opção africana, que marcará
todo o século XIX e XX, acabará por ser fatal para o desenvolvimento de
Portugal. Para sustentar este gigantesco projecto colonial, foram necessários
contínuos e desmesurados sacrifícios económicos e humanos. Portugal ao longo
deste período viu-se envolvido em contínuos conflitos com as principais
potencias do Mundo. Foi obrigado a participar na Iª. Guerra Mundial (1914-1918)
para defender as colónias. Entre 1961 e 1974 sustentou um conflito armado e
diplomático à escala global, que absorveu enormes recursos. Em consequência
desta opção africana, uma larga percentagem
da população portuguesa foi mantida na mais extrema miséria, de forma a poder ser facilmente
mobilizável para as diferentes colónias.
Portugal acabou por se tornar num país adiado,
ficando década após década cada vez mais pobre. Á maioria da população só restava duas
alternativas para fugir à miséria: ou partia para uma das colónias ou emigrava
para outros países.
No contexto europeu, Portugal era
1830 um dos países mais ricos da Europa. Quando terminou a opção africana, em
1974, era dos países mais pobres.
Com o fim da opção africana
terminava também o fim da ditadura em Portugal (1926-1974), que em grande medida
foi sustentada sob o pretexto que era preciso defender os territórios africanos
a todo o custo, mesmo que isso implicasse o empobrecimento da população.
Este período é marcado por
três acções fundamentais:
1. Ocupação
e desenvolvimento dos territórios africanos;
2. Controle de uma situação
política em Portugal sempre favorável à opção africana;
3. Manutenção
em condições adversas da logística africana, nomeadamente das fontes de
mobilização de recursos humanos.
Esta
opção africana do Estado Português estava longe de seduzir a maioria da
população, que preferiu emigrar para outras paragens. O Brasil continuou a ser
o principal destino dos portugueses, mas também os EUA, Venezuela, França, etc.
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1974 -2002: Novas Perspectivas
Após dois séculos de opção
africana, Portugal estava em 1974 completamente depauperado. Entre 1961 e 1974
cerca de 60% do Orçamento do Estado era para manter uma enorme máquina de
guerra em três continentes. Portugal era um país miserável, com os piores indicadores de condições de vida em
toda a Europa. O fim das colónias representou uma enorme libertação do povo
português, mas também o fim de um ciclo histórico que se iniciara no século
XV. Em 1976 é tomada a opção de aderir à CEE (actual União Europeia), o
que só virá a acontecer em 1986. O país tinha agora pela frente enormes
desafios:
1. Integrar cerca de 1 milhão de "retornados das suas
ex-colónias;
2. Consolidar um regime democrático;
3. Mudar
as estruturas económicas do país concebidas para um mercado protegido e apoiado nas matérias primas das
colónias;
4. Melhorar todos os indicadores sociais, nomeadamente em termos de
educação, formação, saúde, acessibilidades, habitação, etc.
Após 6 séculos de contactos
permanentes de todos os continentes, em especial com os africanos e o Brasil, é
natural que a sua presença destes povos seja muito viva na cultura portuguesa.
Negar esta realidade é esquecer grande parte da história de Portugal. Acresce
a tudo isto o facto de Portugal ter criado vários países do mundo e muitos
milhares cidades, partilhando com dezenas de povos histórias em comum.
Após terem ultrapassado uma
grande parte dos problemas resultantes dos traumas da descolonização, em 1996,
sete países de expressão lusófona resolveram envolveram-se num novo projecto
à escala global, criarem uma vasta comunidade de afectos, saberes e
experiências, a CPLP.
Desde 1992, está profundamente
envolvido na construção da União Europeia (UE) para a qual tem dado enormes
contributos com a sua longa experiência .
No final dos anos 90 regista-se uma
nova realidade na sociedade portuguesa: a imigração e os
problemas resultantes da integração de populações muito heterogéneas.
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2002 - ?
O processo de "integração europeia",
acelerado depois da introdução da moeda única (2002), provoca gravíssimos
problemas para a sociedade portuguesa. O crédito barato e abundante, estimula o
abandono da produção interna e o endividamente geral das famílias, empresas e do
próprio Estado.
O poder estabelecido em "Bruxelas" (UE),
controlada pelas grandes potências europeias, em especial a Alemanha, impõe a
Portugal crescentes medidas que visam destruir a sua base produtiva, confinando
o país a atividades subsidiárias (comércio de produtos importados, atividades de
lazer, turismo, residência de reformados, etc). O país, governado por partidos
de direita neoliberais, começa a ser vendido a retalho a grupos internacionais.
Emigração dispara para valores idênticos aos dos ano 60 do século XX. Uma crise
idêntica a tantas outras na longa história de Portugal.
Carlos
Fontes | |
Bibliografia
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