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Incêndios
Desde
os anos 60, cada vez com maior gravidade, Portugal continental é assolado entre
os meses de Junho e Agosto por terríveis incêndios.
Desde finais dos
anos 90 as suas dimensões atingiram tais proporções que fazem parte dos
noticiários internacionais. Portugal fica literalmente em chamas durante 3
meses por ano ! As causas destas catástrofes são conhecidas, mas a
incompetência dos políticos é tal que a tragédia continua.
1. Abandono dos
campos.
A
agricultura emprega hoje menos de 5% da população. Este facto são a
consequência directa do
abandono de aldeias. No meio da floresta
ficaram perdidas milhares de casas
habitadas por pessoas de muita idade que teimam em permanecer em locais
sem as mínimas condições de segurança. Basta haver um incêndio para as suas
vidas ficarem em perigo. A desertificação humana atinge actualmente vastas
áreas de Portugal.
2. Floresta sem
uma gestão adequada. À
medida que a agricultura foi sendo abandonada, aumentou as áreas de mato, uma
enorme fonte de combustível. Como se isto não bastasse, desde os anos 60 cresceram
também as plantações de eucaliptos e pinheiros bravos, com as quais os seus proprietários esperam obter algum lucro de terras deixadas
ao abandono. Sem uma gestão adequada, as florestas portuguesas estão também
transformadas em enormes lixeiras, onde proliferam construções de todo o tipo
(barracões, fabriquetas, etc), sem as mínimas condições de segurança contra
incêndios.
3. Estado
Ausente. Os serviços
centrais do Estado, assim como as Câmaras Municipais, povoados de dirigentes
mediocres, mostram-se incapazes de fazerem cumprir as leis que
abundam sobre a floresta em Portugal: perímetros de segurança das povoações
e habitações, limpeza das matas, etc, etc, etc.
A maioria das propriedades agrícolas
também não possuem cadastro, pelo que não se conhecem os eus donos, o que tem
impedido o Estado de lhes pedir responsabilidades.
Apesar das enormes somas
gastos com os bombeiros, o país continua a não possuir um corpo de bombeiros
profissionalizado à altura da dimensão da sua floresta.
Face a este
panorama, basta que as
temperaturas subam acima do normal, a húmida desça e ocorra um ano de seca,
para que os incêndios superem a área ardida dos anos anteriores. Não se trata
de uma fatalidade, mas de incompetência !
Área
Florestal Ardida (em hectares)
1990
- 135.723 |
2003
- 425.716 |
1991
- 182.486 |
2004
- 129.539 |
1992
- 57.011 |
2005
- 338.262 |
1993
- 49.963 |
2006
- 75.510 |
1994
- 77.323 |
2007
- 49.363 |
1995
- 169.612 |
2008 - 17.564 |
1996
- 88.867 |
2009 - 87.420 |
1997
- 30.565 |
2010 - 133.090 |
1998
- 158.369 |
2011 - 46.108 |
1999
- 70.613 |
2012 -104.125 |
2000
- 159.606 |
2013 - 152.756 |
2001
- 111.850 |
2014 - 19.929 |
2002
- 124.411 |
2015 - 58.116 |
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