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Exploração e Conquista do Amazonas pelos Portugueses

Tratado de Tordesilhas 

Após o regresso de Cristovão Colombo da América (Março de 1493), o rei de Portugal negoceia com os espanhóis um tratado de divisão mundo, no qual garante a posse de parte do território brasileiro, incluindo o amazonas.  Ao longo dos ano são realizadas várias expedições portuguesas para reconhecimento do Brasil, como a realizada por  Duarte Pacheco Pereira (1498). 

Perante a ameaça espanhola de se apossar do Brasil, Pedro Alvares Cabral oficializa sua descoberta em 1500. A partir daqui intensificam-se as viagens de exploração dos portugueses de toda a costa da América do Sul incluindo o Brasil, como está patente na cartografia da época (Mapa de Cantino,1500). O interior do amazonas começa a ser lentamente explorado através dos seus rios.

A ocupação sistemática do Brasil só se inicia em 1534, quando Portugal decide abandonar muitas praças fortes espalhadas pelo mundo, para se concentrar apenas em algumas regiões estratégicas e com maior potencial. A crónica escassez de recursos humanos do país a isso o obrigava.  

Exploração do Amazonas a Partir do Perú

Os portugueses, ao serviço da Espanha, participam activamente e em grande número na conquista do Perú, onde criam uma importante colónia. A partir de Quito iniciam a exploração de oeste para leste do Amazonas.

Diogo Gomes, navegador português, acompanhado por uma mercador espanhol, em 1538, realizou a primeira viagem entre Quito e o Maranhão.

A conhecida expedição de Francisco de Orellane, em 1541, a partir de Quito desceu o Maranhão até ao "mar do Norte", contou com pelo menos dois portugueses: António Fernandes  e Fernando Gonçalves. 

Os portugueses desta forma controlam as movimentações dos espanhóis na região.

A longo do século XVI os portugueses realizam expedições sistemáticas no Rio Amazonas e seus afluentes, implantando povoações  e fortes no seu interior. 

 

 
 

Pedro Teixeira

A ocupação de Portugal pela Espanha, entre 1580 e 1640, é aproveitado pelo portugueses para expandirem as fronteiras do Brasil, e em particular do Amazonas, para além dos limites definidos no Tratado de Tordesilhas (1494).

As guerras contra o franceses, ingleses, irlandeses e holandeses são aproveitadas para expandir o Brasil, fortificar a sua costas e as entradas fluviais. Entre 1600 e 1630 os portugueses domina a entrada do Rio Amazonas. 

Em 1616, edificam o Forte do Presépio, perto do qual surgirá Belém do Pará. Atingem o Rio Negro (1656) onde em 1669, constroem o Forte da Barra de S. José do Rio Negro, destinado a controlar a descida do Rio Orenoco, perto do qual irá surgir a futura cidade de Manaus, em  pleno Amazonas. 

Pedro Teixeira (Cantanhede 1570 - Belém, 1641) foi um dos portugueses que melhor soube tirar partido da situação da ocupação espanhola. Em Outubro de 1637, inicia uma expedição pelo Rio Amazonas e Rio Negro, destinada a confirmar a comunicação entre o Oceano Atlântico e o Peru. Levou consigo 1.200 flecheiros indios, 70 soldados portugueses, 47 canoas. Partiu da cidade de Gurupá (Pará), tendo percorrido 10.000 quilómetros do Amazonas, alcançando Quito (Equador) em 1638. 

Fundou uma cidade, Franciscana (16/8/1639), nas margens do Rio Napo, na confluência com o Rio Aguarico, em território peruano, num ponto que considerou o limite entre os domínios de Portugal e Espanha. Desta forma confirmou a posse para Portugal de cinco milhões de quilómetros quadrados, equivalentes a 55% do actual território brasileiro.

A expedição foi descrita por  Maurício de Heliarte, na sua obra "Novo Descobrimento do Grande Rio Amazonas" (Madrid,1641). A corte espanhola mandou destruir a edição, afim de ocultar a expedição, mas não conseguiu silenciar os factos. 

Portugal irá usar mais tarde os resultados desta expedição para reclamar a posse da Amazónia, confirmada no Tratado de Madrid (1750). 

Alguns capitães posteriores, como António Raposo Tavares, Manuel Coelho e Francisco de Melo Palheta, passaram a percorrer o Amazonas, controlam o seu delta e seus afluentes, descobrem comunicações fluviais que lhes permitem atingir aldeamentos espanhóis na região oriental da Bolívia, onde recolhiam especiarias, com ajuda dos nativos.

Os portugueses espalham-se pelo Amazonas,  mesmo nos pontos mais recônditos. Em 1744, por exemplo, um sacerdote jesuíta, Manuel Ramón, quando explorava a partir da Venezuela o canal Cassiquiare, que interliga o rio Amazonas ao rio Orinoco, depara-se com um grupo de portugueses que há muito navegavam através destes rios.

 

 

O Problema dos Jesuítas

A expansão dos portugueses pelo interior do Vale do Amazonas revelou-se imparável. Os espanhóis desde o século XVI que se mostravam incapazes de competir com os portugueses do domínio do amazonas. 

É neste sentido que acabaram por confiar a defesa dos seus domínios que faziam fronteira com o Brasil aos seus jesuítas. Marques de Pombal, primeiro-ministro de Portugal ao perceber-se da situação tratou de expulsar a Companhia de Jesus (1750) e promover o fim das suas missões na América do Sul nas regiões onde podiam ser um obstáculo à expansão do Brasil.      

 

 

Real Forte do Principe da Beira

Na segunda metade do século XVIII, Portugal inicia a construção de um formidável sistema defensivo do Amazonas. O expoente máximo destas fortalezas é o Forte da Beira, cuja construção começa em 1776. O forte está localizado nas margens do rio Guaparé (actual Guajaré-Mirin), no Estado de Rondânia.

A pedra usada na sua construção foi transportada de locais situados a mais de 1.500 km de distância, o que revela só por si o incrível trabalho que envolveu a sua edificação. 

 

 

Nova Mazagão

 

 

Ocupação da Guiana Francesa

 

 

 

 

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