Carlos Fontes

Psicologia Fundamental e Aplicada

.

A Psicologia, como actividade profissional, pode ser dividida em duas áreas:

a) Psicologia Fundamental, Teórica ou Pura. Investigação sobre os processos mentais e o comportamento, tendo em vista a sua explicação.

b ) Psicologia Aplicada. Intervenção orientada para a resolução de problemas concretos. Nestas intervenções os psicólogos servem-se dos suportes teóricos elaborados pela psicologia fundamental.

Trata-se de uma divisão que não é rígida. A investigação resulta frequentemente na resolução de problemas, é a prática leva por vezes à elaboração de novos conhecimentos teóricos.

Intervenções: promoção e desenvolvimento do sucesso educativo; apoio aos alunos no seu desempenho escolar; análise dos problemas de insucesso escolar; orientação escolar, vocacional e profissional. Esta intervenção faz-se de forma articulada com outros profissionais, nomeadamente com professores.

Locais: infantários, escolas, centros de formação, universidades. 

Intervenções: Orientação escolar e profissional em função das características individuais. Apoio ao auto-conhecimento das capacidades, competências e expectativas, tendo em vista a (re) formulação de um projecto de vida.

Locais: gabinetes de orientação vocacional e profissional

Intervenções: Melhoria da produtividade no local de trabalho; Identificar os factores ou causas da insatisfação/satisfação nos locais de trabalho; seleccionar recursos humanos; etc. 

Esta intervenção faz-se de forma articulada com outros profissionais, visando ajustar o comportamento dos indivíduos aos objectivos das organizações.

Locais: empresas, instituições públicos, etc.

Intervenções: Melhoria do rendimento desportivo e da satisfação dos seus praticantes. Apoio às equipas técnicas, nomeadamente aos treinadores.

Locais de actuação: clubes desportivos, acompanhamento de atletas profissionais, etc.

Intervenções: Estudo dos processos mentais e comportamentais desviantes, transgressores e criminosos.

Locais de actuação: Prisões, Polícias, Tribunais, etc.

Psicologia Clínica

De acordo com a natureza e gravidade das perturbações e distúrbios psicológicos, podemos distinguir dois tipos de terapias:

a) Terapias biomédicas

Distúrbios graves, nomeadamente de natureza biológica ou orgânica, por exemplo: doenças hereditárias, depressões, esquizofrenia, etc. 

Especialistas:

Neurologistas. Tratam das relações entre as perturbações psíquicas e o funcionamento do sistema nervoso. É uma especialidade médica. A terapia é essencialmente fisiológica e biomédica, recorre ao uso de fármacos. 

Psiquiatras. Tratam de distúrbios comportamentais e problemas mentais. É uma especialidade médica (psiquiatria ou pedopsiquiatria). A terapia é essencialmente fisiológica e biomédica, recorre ao uso de fármacos. 

b) Psicoterapias 

Perturbações menos graves que as anteriores. Designa o conjunto  das actividades profissionais que utilizam as mais variadas técnicas psicológicas, e que se propõem ajudar os pessoas a ultrapassar os seus problemas: conflitos conjugais, ansiedade, timidez, etc, etc. 

Psicanalistas. Tratam de perturbações psicológicas, utilizando uma abordagem e terapia baseada nas concepções de Freud. A formação é certificada pela Associação Portuguesa de Psicoterapia da Infância e do Jovem.

Psicólogos Clínicos. Actua no diagnóstico de problemas emocionais e distúrbios comportamentais, e na sua terapia. 

Intervenções: Investigação, diagnóstico e tratamento de conflitos e perturbações psicológicas.

Exemplos: depressões, stress, angustia, ansiedade, conflitos conjugais, anorexia, etc

Locais de actuação: hospitais, centros de saúde, consultórios, prisões, etc 

Psicólogos de Aconselhamento. Tratam de problemas de adaptação do dia-a-dia.

É muito elevado o número de psicoterapias existentes, muitas das quais não passam de charlatanices. 

Método da Psicologia Clínica: Estudo aprofundado de um caso. A pessoa é vista na sua totalidade e singularidade, sendo considerados uma multiplicidade de factores na sua análise. Técnicas muito variadas: anamnese ( estudo da situação passada e presente do individuo), observação clínica, entrevista, testes, etc.

Psicologia em Portugal

A emergência da psicologia científica, no século XIX, despertou um grande entusiasmo em Portugal, nomeadamente nas áreas da pedagogia. Deusdado Ferreira, em 1889, organiza o primeiro curso de psicologia aplicada à educação. No Curso Superior de Letras de Lisboa, a psicologia aparece, em 1901, como um especialização da Filosofia, uma área à qual se manterá ligada durante décadas. Em 1911, as Universidades de Lisboa e de Coimbra, passam a ter cadeiras de psicologia experimental com os respectivos laboratórios. Um número sempre crescente de portugueses parte para o estrangeiro afim de tirarem licenciaturas, doutoramentos ou integrarem centros de investigação. 

Nos ano 60 do século XX, a intervenção dos psicólogos surgiu como uma necessidade em várias áreas, nomeadamente nas empresas. Em 1962 é fundado o ISPA - Instituto de Psicologia Aplicada, com licenciaturas próprias. Em 1976 fundam-se os Departamentos de Psicologia nas Universidades de Coimbra e do Porto. No ano seguinte surge a licenciatura em Psicologia na Universidade de Lisboa. Actualmente é uma área profissional muito consolidada e diversificada nas suas múltiplas especializações.

Para nos contactar: carlos.fontes@sapo.pt

Entrada

Programas

Psicólogos

Bibliografia

BOA