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Secularização (A
dessacralização do mundo e a perda do sentido)
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Religião,
Ciência e Ateísmo no Mundo Contemporâneo
As sociedades ocidentais sofreram nos últimos
três séculos, um enorme processo de intensa secularização. O fenómeno não
é novo. Na Antiga Grécia e Roma, muitos fora os filósofos que colocaram em
causa a existência de deuses ou desvalorizara a sua importância. O ateísmo
foi vigorosamente condenado pelas grandes religiões, como o cristianismo ou o
islamismo.
O que aconteceu nos últimos séculos é que se
criaram um conjunto de movimentos históricos que minaram sentido do
sagrado, colocando em causa a dimensão religiosa do ser humano. A questão,
como vemos, não é todavia consensual
1. O sistema económico que se implanta depois do
século XVI, ao privilegiar os valores materiais, desvalorizou os valores espirituais..
2. A ciência desde o século XVII que começou a
ocupar o lugar da religião como fonte de verdade. O cientismo
transformou-se numa nova religião que se assume como capaz responder a todas as
grandes questões.
3. Durante
o Iluminismo (século XVIII), os filósofos negaram que Deus tenha qualquer
intervenção nos fenómenos naturais, incluindo na própria
formação do Universo. Muitos foram os que baseados na Ciência negaram a
existência de Deus.
4. Feuerback e Karl Marx lançaram as bases do
ateísmo contemporâneo: a crença em Deus constitui uma alienação, uma fuga
à realidade. Ficou célebre a afirmação de Marx de que "a
religião é o ópio do povo". F. Nietzsche procurou mostrar que as
religiões foram sobretudo instrumentos de domínio dos fracos.
5. Muitos
regimes políticos de matriz marxista-leninista difundiram uma visão materialista da
realidade e combateram activamente a religião, identificada com o
obscurantismo.
6. Vários filósofos
existencialistas, com J.-P. Sartre ou Camus, procuraram conciliar os seres
humanos com um mundo sem sentido, absurdo. O sentido das coisas somos nós que o
damos, não nenhuma entidade que nos seja exterior.
É
um facto que as religiões tradicionais, como o cristianismo, têm indo a sofrer
uma diminuição dos seus crentes
e viram também diminuir a sua influência na
sociedade.
Apesar disto o fenómeno religioso não desapareceu,
muitos são os que defende até que o mesmo terá recrudescido nos últimos tempos.
Consta-se todavia que o conceito de religião tende a banalizar-se
e a assumir formas sincréticas.
O termo é frequentemente aplicado para designar todo o
tipo de crenças que de forma difusa evocam o transcendente ou o
misterioso.
Fruto de um processo de globalização da informação,
muitos dos crentes de religiões tradicionais, tendem a combiná-las com
elementos de outras religiões muito distintas, produzindo uma espécie de
sincretismo religioso.
Continuação