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.Tolerância
Religiosa
Conceito de tolerância. O problema dos limites,
nomeadamente quanto à aceitação de certas práticas religiosas
Intolerância Religiosa.
Conceito de Intolerância. Serão as religiões monoteístas
por natureza intolerantes? Argumentações políticas contra a liberdade religiosa
(unidade dos Estados etc). As guerras religiosas na Europa nos séculos XVI-XVII.
Exemplos históricos. Ideias fundamentais de John Locke
em defesa da liberdade religiosa.
A paz mundial e o diálogo inter-religioso
As
sociedades ocidentais em particular as europeias, vivem um período único de
tolerância religiosa. O comum dos cidadãos encara hoje a religião como um
assunto que diz respeito apenas à consciência de cada um. Assunto que qualquer
Estado deve abster-se de intervir.
Na
Europa, as religiões tradicionais coexistem pacificamente com aquelas que durante séculos
consideraram suas inimigas, pondo fim desta forma a guerras que devastaram
países inteiros. Não nos referimos apenas às
lutas entre cristãos e muçulmanos, mas também às que opuseram as diferentes igrejas
cristãs. Recorde-se que ainda em meados do século XX, milhões de pessoas foram exterminadas na
Europa por motivos alegadamente religiosos.
Esta
coexistência pacifica é um facto verdadeiramente novo na história do mundo
ocidental. As diferentes confissões religiosas parecem ter deixado de usar a
força para afirmarem as suas convicções, confiam agora no poder da
palavra. Esta mudança é interpretada por muitos como o resultado de uma
quebra nas convicções religiosas no Ocidente. A maioria inclina-se todavia a
pensar que a mesma se deve ao resultado de uma aprendizagem social: a de que
existem valores que devem ser preservados na convivência social, como a
liberdade e a vida.
O que acontece no
mundo ocidental, parece não ter correspondência na maior parte do mundo. Em
países como a China, continuam s perseguições por motivos religiosos. Em
diversas partes do mundo, em particular no continente africano, as diferenças religiosas
são frequentemente evocadas como justificar genocídios.
Uma
das situações mais preocupantes é a do mundo islâmico. Nas últimas décadas temos assistido
aqui à emergência de movimentos religiosos caracterizados pelo fanatismo dos seus líderes. Estes acreditam sem hesitações que possuem a verdade absoluta e
manifestam-se dispostos usar todos os meios para a imporem. Desde finais dos ano
70 do século XIX, vários líderes religiosos lançaram à escala global uma
"guerra santa" (djihad islâmica) para matarem de forma
indiscriminada o maior número possível de infiéis. Muitos destes fanáticos
religiosos, aproveitam-se da liberdade religiosa existente nos países
ocidentais para espalharem a morte. Um exemplo desta acção
foram os atentados de 11 de Setembro de 2001, nos EUA. O objectivo foi aqui
produzir uma matança de forma indiscriminada.
A
liberdade religiosa é impossível ?
Ao contrário do que muitos pretendem fazer crer, estes actos não são do foro
religioso, mesmo que a religião esteja a ser evocada para os legitimar. Não
estamos perante nenhuma guerra entre religiões. Tratam-se de crimes contra a
humanidade e como tal devem ser assumidos. Esta distinção faz toda a
diferença no modo como os ocidentais passaram a encarar estas questões.
A
destruição das "torres gémeas", em Nova Iorque, tornaram-se
em verdadeiros icones da djihad islâmica (guerra santa) dos
tempos modernos.
Em
todo o caso, no contexto mundial, podemos dizer que a tolerância religiosa é algo
característico dos países ocidentais e continua a estar longe de ser uma realidade
planetária.
Continuação