. História da Formação Profissional e da Educação em Portugal Carlos Fontes |
Inicio . Anterior Idade Contemporânea - 2ª. República (1948-1969) Os anos quarenta foram um momento decisivo de viragem para um regime que começa a acreditar que tudo não pode permanecer como dantes: o regresso ao passado personificado pelas corporações medievais, é algo cada vez mais desligado de um mundo que possui leis implacáveis para quem se isola. O discurso oficial persiste num "orgulhosamente sós" ,mas nem por isso timidamente se começam a propalar ideias de desenvolvimento industrial, assentes numa crescente importância da formação profissional. O atraso do pais em relação aos restantes países europeus suscita o descontentamento entre alguns dirigentes do regime, conscientes que era necessário mudar as próprias estruturas e mentalidades. Uma ameaça pairou no ar durante este período: a tradicional "torneira" da emigração ameaçava fechar-se no Brasil e na América do Norte, perspectivando um aumento do desemprego interno a não ser que houvesse um desenvolvimento sustentado que absorvesse a mão-de-obra disponível no pais.. 1. Entre 1948 e 1957 poucas mudanças são ainda visíveis na sociedade portuguesa, quer em termos de fomento industrial e agrícola, quer em termos de recursos humanos, até aí ignorados. A medidas económicas mais consistentes iniciaram-se logo em 1945, com o decreto-lei n.2005 sobre a Reorganização Industrial do Pais, onde se começa se facto a encarar de modo diverso o problema do desenvolvimento. Inúmeras medidas de fomento industrial foram entretanto tomadas, que se traduziram num crescimento real do produto interno bruto, que atinge entre 1847 e 1952 os 2,5%. Em 1953, num esforço de coordenação para um crescimento acelerado, é promulgado o I Plano de Fomento ( 1953-1958), durante o qual o crescimento bruto nacional atingirá os 4,3%. Para sustentar este crescimento arrancou-se com a Reforma do ensino Técnico Profissional (1948), com campanhas de alfabetização ( 1952 ? ), procurou-se lançar sem êxito a f.p. agricola (1947), e em praticamente todos os ramos do ensino superior deram-se reformas profundas. 2. O período entre 1958 a 1973 foi caracterizado por profundas transformações económicas e demográficas no pais, que lhe alteraram por completo os sesu quadros de referencia: No domínio Industrial o crescimento acelerou-se de modo significativo: Durante a vigência do II Plano de Fomento ( 1958-1964), o produto interno bruto atingiu os 6,1 %. Para no Plano Intercalar (1965-1967), subir novamente, atingindo durante o Consulado Marcelista ( 1968-1973), os 7%..[1] Desde 1959 o pais abriu-se em relação ao exterior, primeiro aos países da EFTA, depois ás empresas internacionais, que num numero sempre crescente se implantam entre nós. Paralelamente a este crescimento económico o regime vê-se confrontado com um sério problema: a emigração e o êxodo para o litoral (grandes centros urbanos ). Sob a pressão deste duplo movimento o país altera-se por completo. O excepcional surto emigratório registado nos anos 60, foi suficiente para absorver o saldo fisiológico ( 1,1% ), e fazer regredir a população residente que regista , todavia um ligeiro aumento entre 1970 e 1973 ( taxa de crescimento de 1,2% ). Em 1973 , a população portuguesa é praticamente a mesma de 1960. A população activa era em 1960 de 3.112 mil trabalhadores, para treze anos depois não ultrapassar os 3 124 mil, o que revela bem os grandes problemas que se começaram a fazer sentir no mercado de trabalho, dado a forte expansão do mesmo, apenas compensado pela diminuição ds efectivos no sector primário. Entre 1970 e 1973, registou-se mesmo uma enorme escassez de mão-de-obra em certos sectores como a construção civil. Esta expansão económica que acelerou no principio da década de cinquenta foi naturalmente seguida por uma politica mais activa em termos de recursos humanos. A expansão do ensino técnico-profissional tornou-se um facto sentido em todo o pais; a formação profissional acelerada inicia os seus primeiros passos entre nós; as escolas privadas começaram a pulular em todos os ramos do ensino, perdendo o estatuto de menoridade que sempre tiveram face ao ensino oficial. Em construção ! Carlos Fontes |
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