. História da Formação Profissional e da Educação em Portugal Carlos Fontes |
Período Medieval Formação da Nobreza A crescente complexidade da sociedade portuguesa, exigiu instrução da nobreza e de outras camadas da população. O sinal da mudança ocorreu durante o reinado de D.Afonso III. Durante os 19 anos anos que viveu em França, onde se com Dona Matilde, Condessa de Bolonha, apercebeu-se do baixo nível que comparativamente possuía a nobreza portuguesa face à francesa. Com o objectivo de minorar esta situação, procurou educar os seus filhos com os melhores mestres do tempo, um exemplo que a alta nobreza começou a seguir. Esta instrução começou a fazer-se na corte, a cargo dos "alcaides dos donzéis", mas também nas casas da nobreza ou em casas de mestres escolares que viviam desta actividade (1). Um notável estudo de Luis de Matos (2),mostrou que no século XV, existia já em Portugal um sólido sistema de formação da nobreza, assente em mestres particulares. Era habitual funcionar no paço real um colégio para os moços fidalgos, como está bem patente no Capítulo I do Povo nas Cortes de 1472-1473 (Coimbra e Évora): "poderá vossa mercê ordenar-lhes como aprendam a ler e escrever e gramática, segundo se costumava nos tempos d´el-rei vosso avô e padre". D. Afonso V procurado seguir outra estratégia ao encaminhar para a Universidade estes moços fidalgos. Nos Estudos Gerais de Lisboa, em 1473, andavam a estudar 41 filhos de nobres e funcionários da corte, todos pagos pela Corte (3). É contra este facto que se insurgem os representantes do povo. Nas cortes de 1481-1482 (Évora-...), no capítulo 57 volta o povo a clamar contra as tenças atribuídas para pagar os estudos dos moços fidalgos, exigindo que fossem os seus pais a suportarem estes encargos. Carlos Fontes |
Notas:
1]. E. |