Alta da Cidade
A construção dos novos colégios não tardou ser realizada em locais mais próximos da universidade, na Alta da cidade de Coimbra.
Siga este percurso:
8. Colégio de Santo Agostinho ou da Sapiência (1593-1604).
Cónegos Regrantes de Santa Cruz. Projecto de Filipe Terzi. Pertence à Santa Casa da Misericórdia de Coimbra. Em 1967 sofreu um violento incêndio que quase o destruiu. Museu e arquivo da Misericórdia. Dois claustros, um de Filipe Terzi (1589) , o outro não foi concluido. Rua do Colégio Novo.
Colégio de Santo Agostinho (ao fundo).
9. Colégio das Onze Mil Virgens ou de Jesus (1547).
Companhia de Jesus. A igreja do colégio é a atual Sé Nova de Coimbra (1598), sendo projecto de Baltasar Álvares.
Colégio de Jesus e o Real Colégio das Artes, 1732
Parte do colégio, depois de 1759, deu origem ao Museu de História Natural, organizado por Vandelli. O projecto do novo edificio, com 110 metros de cumprimento, é de Guilherme Elsden. Foi uma das primeiras construções do mundo destinadas a um museu de história natural.
O Laboratório de Química (1775), ocupa também um parte do Colégio das Onze Mil Virgens. O projeto é da autoria do inglês Guilherme Elsden.
Laboratório de Quimica
10. Real Colégio das Artes (1568)
Destinava-se a preparar os candidatos que pretendiam ingressar na universidade. Foi entre aos jesuitas em 1555 até à sua expulsão em 1759. Entre outras coisas, alberga o Museu Nacional da Ciência e da Técnica. O colégio das artes estava ligado ao colégio das onze mil virgens por uma passagem superior.
Colégio das Artes
11. Colégio de S. Jerónimo (1565).
Ordem de S. Jerónimo. Arquitecto inicial: Diogo de Castilho. Em 1834 passou para a UC que o transformou num hospital. Claustro em estilo renascença. Escultura S. Jerónimo (séc. XVI). Azulejos do século XX, da autoria de Alves Sáimitando o estilo do séc.XVIII. Fica situado junto à Praça de D. Dinis.
Colégio de S. Jerónimo
12. Colégio de S. Pedro (1572).
Ordem dos Franciscanos Calçados. Ficava junto ao paços reais, e o que dele resta está à esquerda da Porta Férrea, no pátio das Escolas. O seu portal barroco data de 1713. Em 1810 foi saqueado pelas tropas francesas. Serviu de alojamento à familia real nas suas visitas à cidade. Estão instaladas serviços da reitoria e vários gabinetes.
Colégio de S. Pedro (lado direito)
13. Colégio da Trindade (1552)
Pertenceu à Ordem da Trindade, cuja missão era resgatar cativos além-mar. Foi fundado em 1552, tendo as obras prolongado-se até meados do século XVII. Está muito desfigurado.
Colégio da Trindade
14. Colégio de Santo António da Pedreira (1602).
Ordem de franciscanos de Santo António da Observância. Desde 1836 funciona aqui o Asilo da Infância Desvalida (Casa de Infância Elísio de Moura). Possui um pequeno claustro. (Rua dos Grilos).
Colégio de Santo António da Pedreira
15. Colégio de Santa Rita (1755) / Colégio dos Grilos.
Pertencia à Real Congregação dos Agostinhos Descalços. As onbras duraram mais de trinta anos. Pertence atualmente à universidade. Azulejos do séc. XVIII.
16. Colégio de Santo António da Estrela (1707).
Ordem de Franciscanos (capuchos). A Igreja é quase tudo o que resta do antigo colégio. No local funciona a junta de freguesia de Almedina. Rua de Fernandes de Tomás, 76-78.
Encosta Oriental
17. Colégio de São Bento (1576)
Ordem de S. Bento. Projecto de Afonso Alvares, tendo-lhe sucedido no encargo, o seu sobrinho Baltazar Alvares. A Igreja colegial foi destruida em 1932, para permitir a abertura da Rua do Arco da Traição. Estudos de Artes e Teologia. Na quinta do Colégio, no final dos século XVIII, foi instalado o Jardim Botânico.
Está aqui também instalado o Museu Botânico e o Museu Antropológico e Etnológico (1949). A coleção mais antiga foi recolhida no Brasil entre 1783 e 1792.
Colégio de S. Bento, junto ao aqueduto de São Sebastião. Começou a ser construído em 1576, no local onde ficava o castelo medieval. A igrejacolegial, da autoiria de Baltazar Alvares, em estilo maneirista, foi destruída em 1932, para a abertura da Rua da Traição. Na sua cerca foi construido no século XVIII o Jardim Botânico de Coimbra. Alberga o Museu Botânico.
Deve também visitar:
- Jardim Botânico ( séc. XVIII)
18. Colégio de São José dos Marianos (1606).
Pertencia à Ordem dos Carmelitas Descalços. Atual Hospital militar (Rua Domingos Vandelii)
Deve também visitar:
- Seminário Maior de Coimbra (1765), magnifico edificio e igreja, obra do arquiteto italiano Francesco Tamossi e do seus compatriota Giacomo Azzolini. A cupula da igreja é do pintor italiano Pasquale Parente (1760). O anterior palácio episcopal, o chamado "Paço dos Bispos", é hoje ocupado pelo Museu Machado de Castro.
Demolidos:
- Colégio de S. João Evangelista (1548, primitivo edificio). Ordem dos Lóis. O novo edificio começou a ser construído em 1631, sendo inaugurado em 1638. Foi demolido em 1943 (?)
- Colégio dos Militares (1615). Ordens militares de santiago de Espada e de São Bento de Avis. Foi demolido em 1940.
- Real Colégio de S. Paulo apóstolo (1549). Onde no século XIV funcionou a universidade, junto ao Paço Real da Alcaçova. Pertencia á Ordem dos Eremitas de São Paulo. Estava situado no local onde se encontra atualmente a Biblioteca Geral da Universidade.
- Colégio de Nª. Srª. da Conceição (1566). Pertencia à Ordem de Cristo. No local foi construida a Penitenciária de Coimbra.
Repúblicas de Coimbra
São atribuidas a D. Dinis as primeiras medidas para resolver o problema do alojamento dos estudantes e professores que não estavam integrados em ordens religiosas (1309). Mandou construir casas e incentivou os proprietários que as possuiam a arrendá-las aos estudantes, nomeadamente na zona da Almedina. D. João III tomou idênticas medidas, construindo 12 casas na zona da atual Rua Nova de S. Sebastião, cada uma com dois pisos, 11 divisões, com um refeitório comum. Estas casas funcionavam como verdadeiras comunidades de estudantes, como uma gestã colectiva, não hierarquizada. No XVIII surge nelas a figura da "ama", uma pessoa que tratava das limpezas e alimentação.
Estátua de Joaquim António de Aguiar (1792-1884), no Largo da Portagem. Foi um politico liberal, maçon, autor da lei que em 1834 extinguiu as ordens religiosas, e a transferência dos seus bens para o Estado. O riquissimo património destas ordens, como os antigos colégios de Coimbra, foi depois vendido ao desbarato, em negócios frequentemente fradulentos. Ficou conhecido por "Mata Frades".
Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, e o consequente encerramento dos colégios fez.-se sentir a necessidade de novos alojamentos. Foi neste contexto liberal que se aplicou o termo de "repúblicas" a estas comunidades estudantis, que partilhavam alojamentos baratos em casas frequementemente degradadas. A vida nas repúblicas ficou associada à de "boémia", pouco estudo e muita conversa. No século XX, devido à destruição de muitos dos edificios onde funcionavam republicas na Alta da Cidade foi constituido um Conselho de Repúblicas (1948).
Nos anos 50 e 60, muitas destas republicas foram importantes meios resistência à ditadura, tendo por lá passado figuras como Zeca Afonso. Desde os anos 60 também tem vindo a perder a sua dimensão exclusivamente masculina.
Nas últimas décadas o seu número tem vindo a diminuir, calcula-se que não existam mais do que 25 (dados de 2015). Entre as que resistem conta-se a "Bota-abaixo", Rás-te-Parta", "Rápo-Taxo", "Fantasmas", "Pra-Kys-Tão", "Ninho de Matolões", entre outras.
Paços da República Baco
Real República Bota-Abaixo
Real República Ay-ó-Linda |