Grã-Bretanha
A
entrada deste país no negócio da escravatura é relativamente tardia, mas depois é
fulminante, sendo apenas superado, em número de escravos vendidos pelos
portugueses.
Em 1562, o corsário John Hawkin funda a 1ª. companhia inglesa
para o comercio de escravos, tendo entre os accionista a rainha Isabel I. A
primeira acção consistiu em aprisionar um barco negreiro português na Serra
Leoa, e vender o seu produto (200 cativos) aos espanhóis.
As
crescentes necessidades de mão-de-obra nas possessões inglesas
irão fazer com que estes desenvolvam poderosos meios para o tráfico,
nomeadamente ao nível da construção naval, reduzindo desta forma o número de
mortes durante o transporte.
A
partir de finais do século XVII, a Inglaterra domina até à independência dos
EUA o comércio de escravos. Obrigam a Espanha, em 1713, a dar à South Sea Co.
o monopólio do comercio de escravos para a américa espanhola. Em trinta anos
mais de 144 mil escravos foram aí vendidos.
As
suas possessões na América, requerem desde inicio do século XVII um número
impressionante de escravos. A primeira foi as Bermudas (1609), depois Barbados
(1625), a que se seguiu a Jamaica (1655). A eficácia dos negreiros ingleses
superou todas as expectativas.
O
negócio consistia muitas vezes em trocar de escravos por tabaco, algodão e
outros produtos que eram depois vendidos na Europa (o célebre negócio
triangular).
O
número de escravos nas colónias a norte (EUA e Canadá) era muito diminuto
ainda no século XVII, mas no século XVIII inicia-se uma importação massiva
de africanos.
No
conjunto entre 1660 e 1700, os ingleses enviaram para as suas colónias qualquer
coisa como 350 mil escravos.
Com os enormes recursos
obtidos neste tráfico consolidam e armam a sua poderosa
armada.
Por
volta de 1730, escreve James Walvin, o tráfico de escravos inglês no
Atlântico estava no auge. Entre 1700 e 1810, transportaram cerca de 3,4
milhões de africanos.Um valor só possível devido à tecnologia marítima que
dispunham.
Dada a enorme concorrência na costa ocidental de
África, os ingleses concentram também a sua acção esclavagista na costa oriental, e
em particular na região de Moçambique, onde abastecem o Canadá e outras
possessões. Seguindo o exemplo dos portugueses não tardam em estabelecer
também pontos estratégicos para alimentar este comércio marítimo
esclavagista, o que implicou,
por exemplo, a expulsão ou domínio dos holandeses e alemães na África do Sul.
No
inicio do século XIX, a Inglaterra assumem uma política contrária ao tráfico de escravos,
mas não à escravidão. Com esta posição procura evitar a saída de
escravos de África, onde os colonos ingleses dominam cada vez mais extensas
regiões, mas também procuram estancar o rápido do desenvolvimento económico que se
registava nas antigas colónias, como os EUA, Brasil, Argentina, etc. cuja
produção continuava a assentar na mão-de-obra escrava. Nos mares, a poderosa
marinha de guerra inglesa assume como uma das suas funções o combate ao
tráfico de escravos. Em terra, milhões de indios, africanos e asiáticos são
mortos ou escravizados por colono ingleses.
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