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Comunidade Portuguesa na Holanda
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Séculos XVI-XVIII. No século XVI, milhares
portugueses judeus, refugiam-se na região da actual Holanda, criando aí uma
próspera comunidade. Outros portugueses, sobretudo em finais do século XVI,
residentes nas feitorias de Bruges e de Antuérpia, ou mesmo residentes em
Portugal optaram também pela Holanda, onde encontram um clima maior tolerância
religiosa e política.
Logo após o domínio de
Portugal pela Espanha (1580), os portugueses estabelecidos na Holanda
participam na expulsão dos espanhóis contribuindo para a criação da República
das Províncias Unidas (1581), e logo a seguir para a projecção desta região
no mundo, seguindo as rotas abertas pelos seus compatriotas submetidos ao jugo
espanhol (1580-1640). Em 1602 estão na base da criação da Companhia das
Indias Orientais que irá tentar conquistar os territórios e mercados sob o
domínio português, mas então controlado pela Espanha, objectivo em grande
parte atingido em diversos pontos do mundo. Eles sabiam melhor do que
ninguém o que era preciso fazer e como se devia fazer. Estas acções
forma então entendidas como uma forma de lutar contra o domínio espanhol.
Em muitas povoações, museus e
colecções privadas da Holanda ainda hoje se podem encontrar vestígios desta
forte presença portuguesa.
Um marco desta comunidade é a
imponente Sinagoga Portuguesa de Amesterdão, construída em 1675 pelo português
Elias Bouman. O célebre filósofo Espinosa, filhos de país portugueses, é
também um dos símbolos destas profundas relações luso-holandesas. A
comunidade portuguesa manteve-se muito unida e numerosa até à IIª. Guerra
Mundial, sendo então dizimada pelas perseguições nazis. Século
XX. A partir dos anos 60 a Holanda torna-se num destino privilegiado para a
emigração portuguesa, onde ainda hoje residem cerca de 10 mil imigrantes.
Carlos Fontes
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