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( V )
O Ridículo Como Arma de Combate
O humor é uma das mais inteligentes
formas de ver o mundo, pelo distanciamento que provoca faça às situações,
ajudando-nos a vê-las com maior objectividade. No entanto, o humor tem sido
usado como uma das armas mais poderosas nas guerras, como no combate político.
O inimigo ou adversário ao ser
ridicularizado é inferiorizado. Neste processo são explorados de forma exagerada
ou distorcida aspectos da sua vida, fisionomia, vestuário, tiques ou frases que
tenha proferido, de forma a transformá-lo num "boneco de palha", que só na
aparência pode ser assustador.
Ridicularizar presos.
Síndrome de Lucifer
Os presos prestam-se a serem
ridicularizados, mesmo pelos néscios, devido ao facto de não terem liberdade e
de estarem impossibilitados de reagirem às agressões, comentários e insultos que
são vítimas.
Os mais cobardes, escudados pelas
grades da prisão, armam-se facilmente em valentes face aos presos. A maioria dos
imbecis que lhes atiram vitupérios aos presos na imprensa ou à porta das prisões
ficaria calada se estivesse face a face com os mesmos.
O que ridiculariza o preso,
assume-se como uma espécie de executor da punição social, um educador que
procura mostrar ao preso a sua condição de ser desprezível e inferior. Condição
que o mesmo deve aceitar e resignar-se. "É para aprenderes, meu malandro, que eu
estou a gozar contigo."
Um cientista americano - Philip
George
Zimbardo - comentou o caso das humilhações que os soldados fizeram aos
presos em Abu Ghraib, tendo chegado à conclusão que eles cometeram crimes
porque tinham autoridade, mas foram estimulados a fazê-lo porque não havia
qualquer controlo.
Zimbardo, professor de psicologia social da Universidade de Stanford, na
Califórnia, explica a brutalidade dos soldados, como manifestações do "Síndrome
de Lucifer" que leva os guardas prisionais a assumirem comportamentos
diabólicos. Se uma pessoa confere poder a outro sem controlo, está a
empurrá-lo
para o abuso do próprio poder que lhe deu. Numa experiência que liderou, em
1971, na qual alunos desempenharam os papeis de guardas e prisioneiros numa
prisão improvisada no campus de Stanford, constatou-se o seguinte: Os guardas
tornaram-se tão sádicos e os "prisioneiros" deprimidos e com sinais de
stress extremo, o que levou que a experiência tivesse que ser interrompida (Philip
Zimbardo, O Efeito Lucifer: Compreendendo como pessoas boas se
transformam em más).
Consultar-1 ;
Consultar -2 ;
Consultar-3
No caso José Sócrates, permite-nos
perceber como também se pode manifestar o "síndrome de Lucifer": os
cartoonistas, humoristas e jornalistas, sem qualquer controlo, assumiram o papel
de carcereiros e sobre um preso em concreto imaginariamente manifestam as suas
tendências mais sádicas, colocando-o nas situações mais vexatórias, insultando-o
e estimulando outros a fazer o mesmo à porta da prisão. A situação que foi
criada tornou-se propícia à manifestação da bestialidade.
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Eichmann
(segundo à direita) sorri enquanto generais alemães cortam o cabelo a um
prisioneiro judeu. Campo de concentração de Bergen-Belsen. |
Soldados
dos EUA brincam com prisioneiros de guerra na prisão de Abu Ghraib (Iraque,
2004). |
Soldados
dos EUA insultam presos na Prisão de
Guantánamo (Cuba). |
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A soldado
israelita Eden Abragil, na sua página do Facebook, em 2009, aparece a
gozar com um preso palestiniano. Foi aqui que o jornalista Amilcar Matos
se terá inspirado ? |
Presos
curdos humilhados nas ruas de Teerão (Irão, 2014). Em cima.
"Ela
existe. Não aqui.". Cartaz da Amnistia Internacional chamando a atenção
dos Suíços para os Direitos Humanos e a humilhação dos presos. (2006).
Ao lado. |
Caricaturas, Piadas e Palhaçadas sobre
José Sócrates na prisão
Partido Comunista Português
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O jornal
Avante do
Partido
Comunista Português fez questão de logo após a prisão de José Sócrates de
salientar que o PS tinha que atualizar as fotografias oficiais dos seus
dirigentes. O estilo é em tudo idêntico à forma como PIDE, a antiga polícia
política da ditadura, brincava com a prisão dos presos políticos, muitos dos
quais eram comunistas.
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Amilcar Matos
Amilcar Matos jornalista da
TVI, em permanência à porta do estabelecimento prisional de Évora, tem sido
o mais entusiasta entertainer do circo mediático montado à porta da prisão.
Procura de forma descarada
ridicularizar José Sócrates, muitas vezes usando os bandos de imbecis que por lá
aparecem. Na sua página no Facebook tem publicado algumas imagens e comentários
muito sugestivos do seu papel de jornalista-entertainer.
Amilcar Matos
"estudou" direito em Beja num polo ilegal da "Universidade Moderna". Esta
universidade onde ensinou Paulo Portas foi encerrada, em 2008, por corrupção e
manifesta falta de qualidade pelo então ministro do Ensino Superior Mariano
Gago, do Governo de José Sócrates.
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Amilcar Matos com duas criaturas que,
para aparecerem na televisão, levaram "bombons" para junto da prisão. |
Uma
das suas imagens mais divulgadas na internet é aquela em que segura
feliz o brinde que lhe acabara de sair: marijuana |
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Partidos de Direita
A prisão de José Sócrates tem sido
naturalmente explorada pelos partidos de direita (PSD, CDS), mas também por
grupos de extrema direita que o tem procurado diabolizar. Os recursos mais
utilizados são as anedotas e as montagens fotográficas, na maioria dos casos de
qualidade deplorável.
Igreja Católica
A Igreja Católica, apesar do seu
passado tenebroso ligado aos cárceres da Inquisição, não tem deixado de
participar na festa. Por exemplo, numa das suas rádios - RFM -, o programa "Café
da Manhã" dedicou ao ex-ministro de Portugal uma canção intitulada -
"Gajão" -, interpretada por Filipe Gonçalves, onde o mesmo é acusado de corrupto
e gozada a sua família.
Não é inocente esta campanha contra
José Sócrates, a Igreja Católica nunca lhe perdoou por duas das suas derrotas: A
derrota no referendo da Lei do Aborto (11 de Fevereiro de 2007), onde a Igreja
se mobilizou em força, e a legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo (17
de Dezembro de 2009). A tudo isto há que somar o facto de ter retirado a lugar cativo
que a Igreja Católica tinha no protocolo de Estado (Maio de 2006). Não é
displicente também o facto do juiz instrutor do processo de Sócrates ser um
católico tradicionalista, como fez questão de mostrar numa gravação em vídeo na
internet.
![](RFM.jpg)
Sindicato dos Guardas Prisionais
Privilégios, telefones, botas
de cano curto, cano alto, edredão, cachecol do Benfica, visitas regulamentares e
especiais. A guerra que tudo isto provocou e os motins que se perspectivam. O
Expresso (17/1/2015) dando voz ao zeloso sindicato lança um alerta nacional:
Ou Sócrates entrega as botas ao director do estabelecimento prisional, ou temos
um massacre nas prisões ....
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