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Filósofo, matemático, historiador,
jurista, filólogo, teólogo Gottfried Wilhelm
Leibniz, é um espírito verdadeiramente universal. Era natural da Saxónia,
Alemanha. Filho de um professor de
Filosofia Moral na Universidade de Leipzig. Estudou matemática
em Iena e na Universidade de Altdorf jurisprudência. Ao 21 anos recusa uma
cátedra na universidade, envolve-se numa organização semi-secreta (os
Rosacruz), entra ao serviço do eleitor da Magúncia. Enviado a Paris numa missão diplomática, procurou
influenciar Luis XIV par abandonar o projecto de combater a Holanda. Nesta
cidade corresponde-se com figuras cimeiras da intelectualidade do tempo,
como Galileu, Descartes e Hobbes. Viajou até Inglaterra onde discutiu com
matemáticos do circulo de Isaac Newton. Em 1675 regressou à Alemanha,
tornando-se bibliotecário do duque
de Hannover. Contando com o apoio e a protecção da princesa de Hanover
funda a Academia de Ciências da Prússia. Faleceu em Hannover.
A obra de Leibniz é
muito diversificada, sendo-lhe atribuída a autoria de notáveis descobertas. Na matemática, por exemplo, junto com Newton, foi um dos
inventores do cálculo infinitesimal. Inventou também uma máquina de calcular.
Na física criou o conceito de energia cinética.
A
filosofia de Leibniz estabelece uma ponte entre a filosofia renascentista
e a iluminista, lançando as bases para os grandes sistemas da filosofia
contemporânea.
A monadalogia
( do grego monas = unidade) exprime a concepção
original de Leibniz sobre a natureza das coisas. "O universo é considerado
uma ordenação de mónadas, isto é, de centros espirituais dinâmicos,
em que se compenetram, misteriosamente, individualidade e substancialidade.
Cada nómada é um espelho do mundo e, simultaneamente, uma criação
original indestrutível, dotada de tendências ou mesmo de acção. O seu
lugar na ordem hierárquica determina-se pelo grau de clareza e distinção
com que consegue representar o universo" (F.Heinnemann). Deus é a
mónada original, criador da infinidade das mónadas que compõem o
mundo.
O
conceito central da filosofia de Leibniz é a Harmonia Universal
identificada com Deus. Vivemos, segundo Leibniz, no melhor dos mundos
possíveis. Criado por Deus este só poderia ter escolhido o melhor entre todos
os possíveis. O mal é uma carência ocasional e acidental e não existe por si
próprio. Todos os seres aspiram à realização plena das suas
potencialidades.
Em
termos políticos, preconiza uma vasta comunidade internacional, que possa
garantir a paz e a difusão do cristianismo.Nesse sentido procurou
demonstrar a unidade fundamental de todas as línguas, assim como desenvolver uma
linguagem universal, baseada num sistema binário que é usado nos nossos
dias na informática. Foi um precursor da lógica
simbólica contemporânea.
No
direito defendeu uma concepção de direito natural fundamentada no
próprio Deus.
Obras
Novos
Ensaios Sobre o Entendimento Humano (1704), Ensaios de Teodiceia (1710),Novo
Sistema da Natureza e da Comunicação das Substâncias, A Monadologia (1714), Princípios
da Natureza e da Graça, Discurso da Metafísica, Meditações sobre o Conhecimento,
A Verdade e as Ideias, Da Reforma da Filosofia Primeira, Da Origem Radical das
Coisas.
Edições
Leibniz,
G.W. - Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano. Lisboa. Colibri.1993
Leibniz,
G.W.- Discurso
sobre a Teologia Natural dos Chineses. Lisboa. Colibri
Leibniz,
G.W.- Princípios
da Filosofia ou Monodologia. Lisboa. IN-CM.
Leibniz,
G.W.- Obras
Escolhidas1 (Discurso da Metafísica e outros textos). Lisboa. Livros
Horizonte.S/D
Leibniz,
G.W. - A Monodologia. Discurso da Metafísica. Coimbra.CC.1947 (1ª.ed.).
Leibniz,
G.W. - Discurso
da Metafísica.Lisboa.Ed.Colibri.1995
Leibniz,
G.W.- Discurso
da Metafísica. Lisboa. Edições 70. 2000
Leibniz,
G.W. - Discurso da Metafísica e Outros Textos. São Paulo. Martins
Fontes. 2004
Leibniz,
G.W. - Princípios da Natureza e da Graça. Lisboa. Fim de Século.
2001
Leibniz,
G.W. - Sistema Novo da Natureza e da Comunicação das Substâncias e
Outros Textos. UFMG (Brasil). 2002
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Comentários
Coelho,António
Borges - Leibniz.Lisboa. Livros Horizonte.S/D
Cardoso,
Adelino - Leibniz segundo a Expressão. Lisboa.Colibri.1992
Gil,Fernando
- Mimésis e Negação.Lisboa.IN-CM.1984
Ferro,Nuno
- A Confusão das Coisas e o Ponto de Vista Leibniziano. Lisboa. IN-CM.2001
Martins,
Luis Manuel Marques - Discurso da Metafísica de Leibniz. Lisboa Editora.1997
Pombo,
Olga Maria - Leibniz e o Problema de uma Língua Universal. Lisboa.FCT.1997
Vários
- Descartes, Leibniz e a Modernidade. Actas do Colóquio.Lisboa.Colibri.1998
Continua