. René Descartes (1596 - 1650) . |
. Biografia Filósofo francês. Um dos fundadores da filosofia moderna. Nasceu a 31 de Março de 1596 em La Haya-Descartes (Touraine), no seio de uma família nobre. Estudou entre 1604 e 1612 no colégio jesuíta La Flèche, matérias como Humanidades (gramática, retórica e filosofia), Matemática e Física. O ensino de matemática tinha enorme prestígio neste colégio jesuíta. Em 1616 obtém o grau de bacharel e licenciatura em Direito na Universidade de Poiters, onde estudou também medicina.
Alistou- se nos exércitos do príncipe Maurício de Nassau e o de Maximiliano da Baviera. Vive durante algum tempo em Paris. De 1628 a 1649 fixa residência na Holanda, onde sob a influência de Isaac Beeckaman se dedica ao estudo de matemática e da física. A partir de 1626, em Paris, ocupa-se de astronomia, óptica e outras matérias.
A pedido da rainha Cristina, em 1649, partiu para a Suécia onde viria a falecer, possivelmente envenenado. Descartes, pintura de Jan Baptist Weenix, 1647/9 Filosofia A filosofia de Descartes assenta numa concepção unitária do saber, fundada na razão. A sabedoria é única, porque a razão é única, e só ela nos permite distinguir o verdadeiro do falso, o conveniente do inconveniente. Com o objectivo de criar um fundamento seguro para a filosofia, desenvolve um método de dúvida radical, que constitui a base da sua filosofia. Este método surge como resposta ao ambiente de incerteza do seu próprio tempo. Com ele empreende um enorme trabalho de reconstrução de todo o saber que é deduzido a partir de certezas indubitáveis. Após ter posto em causa todo o saber adquirido pela experiência, chega à primeira certeza indubitável: a da sua existência como ser pensante ("Penso, logo existo"). É com base nesta evidência que irá desenvolver uma ciência universal. Foram notáveis as suas contribuições para a matemática, sendo considerado um dos criadores da geometria analítica. Desenvolvimento 1. Dúvida 2. Da Dúvida Emerge a Razão 3. Primeira Evidência: Eu Penso 4. Segunda Evidência: Deus Existe 5.Terceira Evidência: Ideia de Extensão Revelada uma primeira evidência, a do ser pensante, mostrada a segunda a partir do princípio da causalidade, a de que Deus existe, continua a interrogar-se afim de averiguar se não existirão outras coisas além de si e de Deus. Passando em revista o conteúdo evidente da razão, descobre para além das ideias claras e distintas de Deus e do pensamento, uma outra ideia que se lhe impõe como evidente: a ideia de extensão, tal como era entendida pelos geómetras: "Se bem que estejamos persuadidos de que há corpos que estão realmente no mundo, contudo, como tinhamos duvidado até aqui, (...) é necessário que encontremos razões que nos permitam ter sobre isto um conhecimento certo. Em primeiro lugar, experimentamos em nós próprios que tudo o que sentimos em nós vem de qualquer coisa distinta do nosso pensamento. (...) É verdade que poderíamos indagar se seria Deus ou qualquer outro ser diferente; mas porque os nossos sentidos nos excitam apercebemo-nos clara e distintamente de uma matéria extensa em comprimento, largura e profundidade cujas partes tem figuras e movimentos diversos, donde procedem os sentimentos que temos das cores, dos odores, da dor, etc. , se fosse Deus a apresentar imediatamente por si próprio a ideia dessa matéria extensa, ou pelo menos, permitisse que fosse causada em nós por qualquer coisa que não tivesse extensão, figura e movimento, não poderíamos encontrar razões que nos impedissem de crer que ele tinha prazer em nos enganar. Porque concebemos essa matéria como uma coisa diferente de Deus e do nosso pensamento, parece-nos que a ideia que temos dela se forma em nós em contacto com os corpos de fora, aos quais é inteiramente semelhante. Ora, com Deus não nos engana, porque isso repugna à sua natureza (...), temos de concluir que há uma certa substância extensa (...) que existe presentemente no mundo com todas as propriedades que sabemos manifestamente pertencer-lhe. E esta substância extensa é o que chamamos propriamente corpo, ou a substância das coisas materiais.", Descartes, Princípio de Filosofia Fundamentada a existência de uma substância extensa (vulgo, matéria), retoma a distinção entre propriedades primárias (extensão e movimento) e propriedades secundárias (cores, cheiros, etc), sendo estas últimas atributos não essenciais dos corpos: "Há apenas uma única matéria em todo o universo e conhecemo-la só pelo facto de ser extensa; porque todas as propriedades que percebemos distintamente nelas referem-se à divisibilidade e ao movimento relativamente às suas partes e à possibilidade de perceber todas as diversas disposições que notamos poderem dar-se pelo movimento das partes.", Descartes, Princípio de Filosofia Despojados os corpos das suas propriedades sensíveis, identifica a extensão com as propriedades do espaço euclidiano e começa a deduzir as características do universo a partir da "res extensa". - O Universo é ilimitado tal como o espaço - O universo é pleno, sem vazios, como o espaço euclidiano. - A matéria é divisível até ao infinito - O universo é homogéneo. 6. Universo Corpuscular 6.1. Determinação do Movimento dos Pontos 7. Método e suas Regras
Obras A sua filosofia vai-se elaborando ao longo de alguma obras decisivas, tais como: Regras para a Direcção do Espírito ((incompletas. Escritas por volta de 1628 e publicadas em 1701); Ensaios de Filosofia (1637), obra que reúne três importantes ensaios sobre Dioptrica, Meteoros e Geometria, precedidos de uma introdução sob o título de Discurso do Método; Meditações Metafísicas (1641), Princípios de Filosofia (1644), As Paixões da Alma (1649), O Mundo e Tratado do Homem (1664,obras póstumas). Carlos Fontes |
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