Navegando na Filosofia. Carlos Fontes
Panorama da Filosofia da Antiguidade Clássica
Heraclito, por Hendrik Ter Brugghen (1628) Grécia. Período Cosmológico (séc.VI a.C) Do Mito ao Logos. A filosofia surge em Mileto, através de um processo para a qual contribuíram múltiplas influências (económicas, geográficas, culturais, políticas e outras). Os seus protagonistas rapidamente tomam consciência que se havia criado uma ruptura com a forma de pensar anterior (pensamento mítico). Afirmam também a superioridade da nova maneira de pensar, dita Racional. O logos (razão) exprime não apenas a nova maneira de pensar, mas também a ordem que tudo governa. O cosmos liberto da vontade caprichosa dos deuses está submetido a ordem imutável que os homens podem compreender e explicar. As coisas são reduzidas à sua dimensão material, o sagrado é progressivamente afastado do quotidiano.. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||
"Sócrates Arrebatando Alcibíades dos Braços do Prazer", por Jean-Baptiste Regnault (1791) Grécia. Período Antropológico (séc.V / IV a.C) A afirmação da filosofia neste período traduz-se numa autonomia das questões humanas (política, moral, linguagem, pensamento, etc.). O filósofo simboliza e apresenta uma visão completa do mundo, uma teoria, um sistema (Platão, Aristóteles). O filósofo é também aquele que não se limita a compreender o mundo, mas também intervém na sociedade e se envolve na educação dos seus concidadãos (sofistas, Sócrates, Platão, Aristóteles, etc). . | ||||||||||||||||||||||||||||||||||
Helenismo
Em finais do século IV a.C., as cidades gregas perdem a sua independência, passando do domínio dos reis da Macedónia para o dos reis de Pérgamo, da Síria ou do Egipto, até serem incluídas no Império Romano. Os filósofos tendem agora a valorizarem o conhecimento sensível, a desenvolverem uma concepção materialista da realidade. Assiste-se a um desinteresse pela política, concentrando-se agora os filósofos numa reflexão sobre as condições individuais da obtenção da felicidade e do bem estar. Os deuses são frequentemente reduzidos a uma dimensão humana e as religiões adquirem uma natureza sincrética. O estoicismo, epicurismo e cepticismo são as grandes correntes filosóficas deste período. . | ||||||||||||||||||||||||||||||||||
Cícero denuncia no senado Catilina, fresco de Cesare Maccari Roma A conquista da Grécia pelos romanos no século II a.C. , conduz aos colapso da cultura grega. Os romanos assimilam, transformam e difundem a cultura helenística. A filosofia romana pode ser dividida em dois grandes períodos: O primeiro até ao século II d. C. tem uma clara orientação eclética. As principais correntes gregas e helenísticas (platonismo, aristotelismo, estoicismo, epicurismo ) adquirem uma natureza prática e moralista. O segundo período entre o séc. II e o séc.IV é marcado pela predominância da dimensão religiosa, e em particular do cristianismo que irá ter uma expressão própria em todas as correntes filosóficas. O neoplatonismo fundado por Plotino (204-270) será o melhor exemplo deste novo tipo de filosofias. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||
Filosofia na Antiguidade Clássica
Carlos Fontes |
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