Navegando na Filosofia - Carlos Fontes

Provas da Existência de Deus

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Síntese da matéria

Provas da Existência de Deus

 

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1.  Fé e Razão

 

A religião assenta na crença da existência de uma esfera divina, sagrada, da qual não temos provas sensíveis. Esta existência para um crente não carece de provas ou fundamentos racionais. Aceita a sua existência porque acredita que a mesma foi revelada aos homens por seres sobrenaturais, cuja existência e afirmações também aceita como verdadeiras..

 

A perspectiva filosófica é bem distinta, nada deve ser aceite sem que antes termos analisado os seus fundamentos (razões) de modo a percebermos a consistência dos argumentos que justificam uma dada afirmação.

 

Nesse sentido, na filosofia ao longo dos séculos tem sido abordados os fundamentos da religião e as provas da existência de Deus, questões que nunca foram pacíficas.

Hipatia de Alexandria (1901), Alfred Seifert

 

2. História da ideia de Deus

 

Aton. A primeira afirmação histórica sobre a existência de um Deus único (monoteísmo), surgiu no antigo Egipto, durante o reinado de Akhenaton. O Deus Aton (simbolizado no Sol), que tudo ilumina, tinha características universalistas. Todos são iguais perante Aton. Força criadora do universo, é um Deus de amor e harmonia cósmica.

 

Jeová ou Javé, Deus do Judeus. A ideia de Deus que aparece nos livros mais antigos da Bíblia, o chamado Deus de Abraão, Isaac e Jacó, é um Deus familiar, tribal que protege o seu povo contra outros, considerados adoradores de falsos deuses e idolatras. Uma das suas características fundamentais é o fato de se assumir como um Deus guerreiro, vingativo que exige dos seu povo uma obediência cega. Os mais pequenos desvios são severamente punidos.

 

Este Deus no inicio não foi assumido como o criador do mundo, mas sim como aquele que lhe deu a forma. O confronto dos judeus com os pensadores gregos, permitiu-lhes introduzir a ideia de uma criação a partir do nada.

 

Deus Cristão.

 

Deus do Islão.

 

Deus cristão depois de 1755.

 

Deus de Teilhard de Chardin

 

 

3. Problema da Existência de Deus

 

- Fideísmo. As questões religiosas não podem ser justificadas pela razão, mas apenas pela Fé.

- Teísmo. Crença na existência de um ou mais seres divinos (deuses).

- Agnosticismo. Posição dos que não acreditam, nem deixam de acreditar, dada a falta de provas suficiente convincentes para tomarem uma posição definitiva em matéria religiosa.

- Ateísmo. Posição dos que negam a existência de seres sobrenaturais (deus, deuses, espíritos, etc).

 

 

4. Provas da Existência de Deus

 

4.1. Argumento da Primeira Causa (cosmológico, causa eficiente)

 

Tudo o que acontece tem uma causa anterior. Se recuarmos na sequência das causas e dos efeitos, chegaremos à causa primeira de tudo, isto é, a Deus.

 

Este argumento revela-se muito frágil, porque mesmo admitindo a sequência de causas dificilmente pudemos admitir que a primeira tenha que ser um Deus, semelhante ao que é pregado pelas grandes religiões.

 

Aristóteles (teoria do Motor Imóvel) e S. Tomás de Aquino foram os filósofos mais consistentes na defesa teoria.

 

4.2. Argumento do Desígnio (Propósito ou Teleológico)

 

O funcionamento de um relógio depende da forma harmoniosa como alguém (um relojoeiro) concebeu, fabricou e dispôs as suas peças. Não seria imaginável que fosse possível obtermos um relógio se nos limitássemos a produzir e a juntar peças ao acaso.

 

Se observarmos um olho humano  podemos verificar que a sua complexidade e harmonia são muito maiores do que um relógio, requerendo portanto uma inteligência muito superior para o conceber.

 

Se analisarmos muitas outras coisas que existem no universo, facilmente concluímos a harmonia precisão do seu funcionamento não podem resultar de uma sucessão de acasos. A sua existência só poder ter sido criada por um ser superior, isto é, por Deus.

 

A crítica ao argumento anterior, pode ser também aqui aplicada. Embora Charles Darwin tenha sido capaz de explicar de forma natural, como os animais e plantas evoluíram para se adaptarem ao meio,  as suas ideias não excluem a possibilidade de uma "inteligência cósmica" dotada de poderes criadores capaz de conceber e ordenar a própria evolução criadora.

 

4.3. Argumento Ontológico

 

Este argumento parte do pressuposto que a prova da existência de Deus está no próprio conceito de "deus".

Deus é definido como o ser mais perfeito. Todos os indivíduos tem dentro de si a ideia de um ser mais perfeito que qualquer outro que possa ser pensado. Se este ser existisse apenas no pensamento, seria possível pensar num ser ainda mais perfeito: um ser que existia no pensamento e na realidade. Se admitirmos então que Deus é o ser mais perfeito, Ele está presente no nosso pensamento mas também tem que existir na realidade.

 

Santo Anselmo (1034-1109) foi o grande defensor deste argumento, que mais tarde foi reelaborado por René Descartes.

 

         Continuação

        Carlos Fontes

 

Carlos Fontes

 11º. Ano - Programa de Filosofia

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