Karl Popper (1902-1994) |
. Popper nasceu em Viena de Austria. Fez os seus estudos em matemática, física, filosofia, psicologia e história da música. Foi professor do ensino secundário. Convive com o célebre Circulo de Viena, embora nunca tenha sido convidado para nele colaborar. Em 1934 conclui a primeira versão da sua mais importante obra - A Lógica da Descoberta Científica. Devido à sua origem judaica foi vítima da perseguição dos nazis, conseguindo apenas em 1937 refugiar-se na Grã-Bretanha. Entre 1938 e 1946 ensina Filosofia na Universidade da Nova Zelândia, onde escreve duas obras de conteúdo político: a "Pobreza do Historicismo" e "A Sociedade Aberta e os seus Inimigos". Após regressar a Inglaterra prossegue a carreira universitária, tendo-a abandonado em 1969, para se concentrar nos seus estudos e conferências. Filosofia Embora a filosofia de Popper não se esgote na Epistemologia (Teoria sobre o conhecimento científico), foi contudo, neste domínio, que se tornou conhecido, nomeadamente devido à noção de falsificabilidade como critério essencial para a caracterização das teorias científicas. As suas ideias opõe-se neste aspecto às do Circulo de Viena e ao Neopositivismo que se esforçavam por estabelecer um princípio capaz de fundamentar verificação ou validação positiva uma teoria científica, demonstrado que a mesma era experimentalmente verdadeira. Popper afirma que era impossível verificar uma teoria era científica, pois não era possível comprovar todas e cada uma das suas possibilidades. Face a esta impossibilidade prática, propõe então que os cientistas sigam o caminho inverso isto é, procurem provar a sua falsidade. Neste caso basta apenas descobrir um único facto que a contradiga para a desmentir, ou a refutar. Neste domínio as suas ideias podem ser resumidas nos seguintes tópicos: 1. A actividade cientifica consiste primeiro na formulação de hipóteses para explicar os vários problemas que se colocam, e depois na sua sucessiva anulação (refutação) através de experiências. 2. A ciência deixa deste modo de ser vista como um conjunto de teorias estabelecidas (verdadeiras, absolutas), para ser encarada como um conjunto de generalizações provisórias cuja falsidade os cientistas estão permanentemente a procurar demonstrar. 3. A formulação das hipóteses científicas deixam também de serem encarados como processo racional, cujas etapas estão rigorosamente determinadas. Não existe qualquer processo de descoberta, nem a descoberta científica tem qualquer lógica. Filosofia Política Vítima do terror nazi que se bateu sobre a Alemanha e a Austria, Popper procurou reflectir sobre a génese e fundamentação ideológica dos regimes totalitários. Platão, Hegel e Marx foram por ele apresentados os principais teóricos destes regimes, assim de uma visão da história que os justificava, o Historicismo. As suas ideias podem ser resumidas nos seguintes tópicos: 1.A história da humanidade não tem um sentido concreto que antecipadamente possa ser conhecido, o único sentido que possui é aquele que os homens lhe dão. 2.O progresso da humanidade é possível, e não carece de um critério último de verdade. 3. A razão humana é essencialmente falível, o dogmatismo não tem pois qualquer fundamento. A única atitude justificável para atingir a verdade é através do diálogo, o confronto de ideias por meios não violentos. Na ciência significa aceitar o risco de formular hipóteses que venham depois a ser refutadas pela experiência. Na política significa que cada um deve aceitar o risco de ver as suas propostas serem recusadas por outros no confronto de ideias ou projectos. Obras Lógica da Descoberta Científica(1934); A Sociedade Aberta e os seus Inimigos (1943); Pobreza do Historicismo (1944); Conjecturas e Refutações. O crescimento do conhecimento científico (1963); Conhecimento Científico. Um Enfoque Evolucionário (1973); Sociedade Aberta.Universo Aberto (1982); Para um Mundo Melhor (1989).etc. Edições e Comentários Popper, Karl-Conjecturas e Refutações.Coimbra. Almedina.2000 Popper, Karl-Sociedade Aberta.Universo Aberto.Lisboa. Pub. Dom Quixote Popper, Karl-O Realismo e o Objectivo da Ciência.Lisboa. Pub. Dom Quixote Popper, Karl-A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos (2 volumes).Lisboa. Editorial Fragmentos.1993 Popper, Karl-Pós-Escritos à Lógica da Descoberta Científica.Vol 2.O Universo Aberto. Lisboa. Dom Quixote.1988. Popper, Karl- Pós-Escritos à Lógica da Descoberta Científica.Vol 3.A Teoria Quantica e o Cisma na Física.Lisboa.Dom Quixote.1992. Popper, Karl - A Miséria do Historicismo. São Paulo. Cultrix.1991 Popper, Karl-Em Busca de um Mundo Melhor.Lisboa.Ed.Fragmentos.1992 Popper, Karl-O Mito do Contexto.Uma Defesa da Ciência e da Racionalidade.Lisboa.Edições 70.1999. Popper, Karl-Um Mundo de Propensões.Lisboa.Editorial Fragmentos.1991 Popper, Karl-O Conhecimento e o Problema Corpo-Mente.Lisboa.Edições 70. Popper, Karl-A Vida é Aprendizagem.Lisboa.Edições 70. Popper, Karl-Televisão:Um Perigo para a Democracia?.Lisboa.Gradiva.1995 Popper, Karl-Lógica da Pesquisa Científica.São Paulo. Cultrix. 1993 (9ªed.). Popper, Karl- Lógica das Ciências Sociais.Rio de Janeiro.Tempo Brasileiro.1978 Popper, Karl- Autobiografia Intelectual.São Paulo. Cultrix.1976 Popper, Karl- Conhecimento objectivo: uma abordagem evolucionária. São Paulo.EPU.1975 Stokes, Geoffrey-Popper:Filosofia, Política e Método Científico.Lisboa.Temas e Problemas.2000 . Baudouin, Jean-Karl Popper.Edições 70.1992 O`Hear, Anthony (Org.) - karl Popper. Filosofia e Problemas. São Paulo. 1997 Continua |
Carlos Fontes