Navegando na Filosofia - Carlos Fontes

Porque não existe apenas um método em filosofia ?

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Textos

 

 

 

    Método de Newton-Raphson

 

"Os filósofos são tão livres como quaisquer outras pessoas de empregar qualquer método na busca da verdade. Não há um método próprio da filosofia. (... ) Contudo, estou disposto a admitir que existe um método ao qual poderia chamar-se "o único método da filosofia". Ainda que não seja somente característico desta, é próprio de toda a discussão racional e, por isso, tanto é das ciências da Natureza como da Filosofia; refiro-me ao método de enunciar claramente os problemas e de examinar criticamente as diversas soluções propostas". Karl Popper, A Lógica da Investigação Científica.

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"O instrumento de trabalho, de pesquisa, de análise de que a filosofia se utiliza é a razão pura, o "raciocínio puro", como nos diz Platão. Ela não dispõe de microscópios, telescópios, máquinas fotográficas, etc. Não pode estabelecer controlos com instrumentos materiais, nem apressar as suas operações recorrendo a computadores. Mesmo os instrumentos cognitivos de que se utiliza todo o homem e todo o cientista, os sentidos e a imaginação, ao filósofo só servem na fase inicial, para conseguir algum conhecimento do real. Para o qual depois volta o olhar penetrante da razão. O trabalho verdadeiro e próprio da pesquisa filosófica é realizado apenas pelas razão (...)

O método da filosofia é essencialmente raciocinativo, embora não exclua algum momento intuitivo. Mas os processos raciocinativos são múltiplos, e os mais importantes dentre eles a indução e a dedução. A filosofia utiliza ambos: o primeiro, para ascender dos factos aos princípios primeiros; o segundo para descer de novo dos princípios primeiros e iluminar posteriormente os factos, para compreendê-los melhor". Batista Mondin, Introdução  à Filosofia.  

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"Se se admite, como eu, que o movimento histórico é uma totalização perpétua, que cada homem é a todo o momento totalizador e totalizado, a filosofia representa o esforço do homem totalizado para se apoderar do sentido da totalização. Nenhuma ciência pode substituí-la, pois toda a ciência se aplica a um domínio do homem já delimitado.

O método das ciências é analítico; o da filosofia só pode ser dialéctico. Enquanto interrogação sobre a práxis, a filosofia é ao mesmo tempo uma interrogação sobre o homem, quer dizer, sobre o sujeito totalizador da história. Pouco importa que esse sujeito esteja ou não descentrado. O essencial não é o que se faz do homem, mas o que ele faz do fizeram dele. O que fizeram do homem são as estruturas, os conjuntos significantes que as ciências humanos estudam. O que ele faz é a própria história, a superação real dessas estruturas numa práxis totalizadora. A filosofia situa-se na charneira. A práxis é, no seu movimento, uma totalização completa, mas ela nunca atinge mais do que totalizações parciais, que serão, por seu turno, ultrapassadas".

O filósofo é o que tenta pensar esta superação".  J.-P. Sartre, O Existencialismo é um Humanismo.      

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Síntese da Matéria

 

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Diversidade de Métodos

Cada filosofia tem o seu método. Perante a multiplicidade de formas pelas quais a totalidade da experiência humana pode ser encarada, cada filósofo elege não apenas o seu objecto de estudo, mas também traça o seu caminho (método), através do qual somos convidados a compreender a realidade. Ao fazê-lo apresenta-nos a sua visão particular da realidade, sustentada num conjunto de pressupostos teóricos e posicionamento no mundo e na comunidade filosófica. Ao fazê-lo transmite-nos igualmente o seu próprio entendimento da filosofia. É por esta razão que a  filosofia se apresenta um desconcertante conflito de interpretações das coisas.

Cada filosofia  é como que um sinal dessa permanente insatisfação humana, que nunca se contenta com nenhuma resposta e procura  atingir sempre novos horizontes.

Carlos Fontes

10º. Ano - Programa de Filosofia

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