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1. Diversidade Cultural
Os valores que escolhemos como orientações para as
nossas ações são em grande parte, fruto do contexto cultural em que estamos
integrados, pensamos, agimos e com a qual somos identificados.
Podemos entender por cultura, tudo aquilo que uma
sociedade criou e vai criando como resposta às suas necessidades,
nomeadamente de sobrevivência e convivência pacifica dos seus membros.
Os membros de uma sociedade desde que nascem são
educados de acordo com os padrões culturais próprios do seu grupo
social e da sua sociedade.
Neste sentido cada comunidade, seja um grupo social ou a sociedade no seus
conjunto, vai criando ao longo do tempo as suas auto-representações,
referências colectivas, língua, crenças,
costumes, tradições, valores, modos de interpretação da realidade, práticas
sociais, etc., com as quais os seus membros se vão identificando. Os que não
o fizerem tendem a ser marginalizados por outros membros do seu grupo ou
pela própria sociedade.
Denominamos socialização a este processo de
integração de um individuo numa dada cultura, desde que nasce até que morre.
O mundo em que vivemos é constituído uma enorme
diversidade de comunidades humanas, cada qual com a sua cultura, a sua identidade
cultural.
Por
aculturação entende-se a aquisição de novas crenças e comportamentos
provenientes de outras culturas, ou quando
um individuo adopta hábitos culturais de outras culturas que não a sua.
As comunidades humanas não são fechadas. A abertura
ou fechamento a relações com outras comunidades depende em grande medida das
circunstâncias históricas, mas igualmente dos valores culturais da própria
comunidade. Estas relações entre as comunidades humanas nem sempre são
pacificas, gerando frequentes conflitos ou "choques culturais".
2. Duas tendências históricas:
2.1. Etnocentrismo
O etnocentrismo é uma atitude que tende a considerar
a cultura de outros povos como inferior. Esta atitude tem uma longa tradição
na Europa. Os gregos, por exemplo, consideravam a cultura de outros povos
como inferior. Os romanos assumiram idêntica atitude. Foi todavia nos século XIX e XX
esta atitude acabou por provocar enormes conflitos
à escala mundial. As principais potencias europeias consideravam outros
povos, em particular os africanos e os asiáticos, como culturalmente
inferiores, sentindo-se por essa razão no direito de os dominarem e
governarem, tendo criado grandes impérios coloniais.
Tintin no Congo (1931). Tintin: "Meus caros amigos, hoje
vou falar da vossa pátria: a Bélgica". Milu: "Digamos, Tintin que somos dois
a conversar". Hergé escreveu mais tarde sobre esta obra: "Da mesma
maneira quando desenhei Tintim no país dos sovietes, ao desenhar
Tintim no Congo estava alimentado de preconceitos do meio burguês no qual
vivia... Era 1930. Conhecia deste país apenas o que as pessoas contavam na
época: 'os negros são grandes crianças, felizmente estamos lá!', etc. E
desenhei os africanos de acordo com estes critérios, de puro espírito
paternalista, que era o da época na Bélgica"."
- Xenofobia
- Racismo
- Nacionalismo
2.2. Relativismo Cultural
O relativismo tem as suas raiz nas concepções sofistas, para os quais
não havia verdade, nem mentira, tudo não passa de convenções,
dependentes da nossa capacidade de persuasão para levar outros a acharem que
o nosso ponto de vista é o mais correto.
No século XX, com o desenvolvimento do estudo dos "povos primitivos actuais"
na antropologia cultural surge concepção de relativismo cultural,
como uma abordagem descritiva das culturas humanas, segundo a qual
nenhuma cultura devia ser considerada "superior" ou melhor do que outra.
Cada uma devia ser entendida a partir das suas próprias regras e sistema de
significações.
Do relativismo cultural passou-se ao relativismo moral, segundo não
existe um padrão definitivo de bem ou mal, nem "valores universais". Neste
sentido os julgamentos sobre o certo e o errado são sempre produto de uma
dada sociedade, podendo também afirmar-se que a
moralidade ou ética está sujeita à perspectiva cultural de cada pessoa.
Todos os julgamentos são aceitáveis, dado que não temos num critério para
nos permita dizer que um é melhor do que outro.
O "pluralismo", "tolerância" e o "respeito pelo Outro", baseados nesta
concepção relativista, assumiram uma importância crescente nas nossas
sociedades levando a uma situação insustentável: a impossibilidade de
qualquer julgamento sobre as ações humanas já que todas são aceitáveis.
- Indiferentismo
-
Multiculturalismo
3. Novos Desafios
- Globalização
- A Identidade Cultural - Migrações
- Aliança de Civilizações
- Diálogo Interculturas
- 21 de Março. Dia Mundial da Diversidade Cultural
para o Diálogo e o Desenvolvimento.