Aires Augusto Nascimento
Encontro Científico de Homenagem
Em Julho de 2019, o Professor Aires A. Nascimento fez 80 anos. Para comemorar essa data, o Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa organizou um congresso científico de quatro dias (17 a 20 de Julho de 2019), que terminou com um almoço para celebrar o seu aniversário. Neste encontro foram apresentadas 71 comunicações, que incidem sobre os temas que moldaram a sua vida universitária. Mais
Notas Biobibliográficas
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Aires Augusto Nascimento
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1. Percurso de Vida
Nasceu a 20 de Julho de 1939 na aldeia de Palhais,
concelho de Trancoso, distrito da Guarda. Sentindo a vocação de
missionário irá percorrer os vários seminários da Sociedade Portuguesa
das Missões Católicas (3), fundada pelo Papa Pio XI em 1930:
Tomar (1/10/1949), Cernache do Bonjardim (1950-1954), Cucujães (1954-57), Cernache do Bonjardim (1961), Valadares (1962-1963) e Tomar (1963-1965). Em
1962 é ordenado sacerdote.
Em 1966 inicia a sua formação em Filologia Clássica na
Faculdade de Letras de Lisboa (FLL), onde virá a ser convidado para
assistente (1970).
Em 1972 é convidado a traduzir o "Livro
de Arautos" (De Ministerio Armorum - Manchester, John Rylands
Library, ms 28), sobre o qual fará a sua tese de doutoramento em
Filologia Latina Medieval (1978).
Em Lovaina obtém o diploma de 3º. Ciclo de Estudos
Medievais (1976) e estuda ciências
documentais, em particular codicologia, sob a orientação de Paul
Tombeur. Com o apoio da IBM Portugal trabalha no tratamento informático
de textos. Foi director do Curso de Ciências Documentais da FLL.
No dia 1 de Fevereiro de 1978, conclui por unanimidade com distinção e louvor a sua tese de doutoramento sobre a tradução do "Livro de Arautos", acompanhada dos respectivos, Índices, concordâncias, análise linguística e quadros estatísticos. Um vasto trabalho académico analisado e discutido pelo prof. Manuel Díaz y Díaz da Universidade de Santiago de Compostela. A dissertação foi acompanhada de três trabalhos sobre latim medieval - Vita S. Fructuosi e Vita S. Martini Saurensis, tendo sido arguida pelo prof. José Geraldes Freire da Universidade de Coimbra.
Quando está a concluir a sua tese de doutoramento é chamado a colaborar no inventário e estudo dos códices alcobacenses, um desafio que lhe irá permitir aplicar o seu vasto saber na identificação e recuperação da identidade dos scriptorum e livrarias medievais em Portugal. Entre 1982 e 2008 dirige o Centro de
Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa. Em 1985 é nomeado catedrático. A partir de 1986 passa a dirigir a revista
Euphrosyne.
Entre 1990 e 1991 exerce as funções de presidente do
Instituto Português dos Arquivos. Jubilou-se em 2008.
1.1. Primeiros Anos
Aires A. Nascimento nasceu em Palhais, uma pequena aldeia do concelho de Trancoso, que na altura não teria mais do que 265 habitantes (censo de 1940), em que predominavam duas grandes famílias, os "Sousa" e os "Andrade". Era nas pessoas que estava a sua grande riqueza. A agricultura, base da economia local, era de subsistência. Durante a IIª. Guerra Mundial (1939-1945) a descoberta e exploração de volfrâmio trouxe importantes rendimentos a alguns, mas não a todos.
O pai - Joaquim Augusto, era natural de Aguiar da Beira, fez-se alfaite em França, durante a participação de Portugal na 1ª. Grande Guerra. A mãe Gracinda do Nascimento era natural de Palhais. Das duas irmãs Sara Augusta se Andrade e Maria do Céu de Andrade, ainda conta com a companhia da primeira.
Fez a instrução primária em Palhais, tendo como professora a regente Aida da Conceição Pena, que o conduziu com êxito ao exame da 4ª. Classe na vila de Trancoso.
Antigo edificio em Palhais onde durante décadas funcionou uma escola primária. Foi aqui que Aires A. Nascimento realizou os seus primeiros estudos. Foto: N.M. (2016), Palhais à Vista.
2.
Missão
Com apenas 10 anos de idade saíu para continuar os estudos num dos três seminários da Sociedade Portuguesa das Missões Católicas Ultramarinas. Fundada a 3/10/1930, por iniciativa do Papa Pio XI, que a dotou de uma constituição e nomeou o seu primeiro superior. A formação dos missionários católicos passou a ser feita em três casas - Cucujães (Oliveira de Azeméis), Cernache do Bonjardim (Sertã) e Tomar. Foi neste último seminário, instalado no Convento de Cristo que Aires do Nascimento entrou, em 1949, recebendo a companhia de 50 jovens seminaristas. Um ano depois, muda-se Cernache do Bonjardim para o edificio que em tempos albergara o Real Colégio das Missões Ultramarinas, fundado por D. João VI em 1791, cuja longa história regista o seu encerramento em 1834, e reabertura em 1855, acontecimentos que voltaram a repetir-se em 1911 e 1927. Foi neste local, segundo uma longa tradição, que terá nascido Nun`Alvares Pereira.
Em 1954 já se encontra em Cucujães, num edificio que foi um antigo mosteiro beneditino, salvo da ruina total pelo padre José Vicente Sacramento, que o adquiriu em 1923 e o colocou ao serviços das missões.
A sua formação continua dentro da sociedade missionária, ainda passará de novo por Cernache do Jardim. A 29 de Julho de 1962 é ordenado sacerdote. Foi então chamado para uma nova missão na sociedade missionária.
2.1. Sociedade Missionária da Boa Nova
Na cidade do Porto, diversas congregações religiosas e institutos missionários projectam criar um Instituto de Estudos Teológicos, com cursos superiores de Teologia e Filosofia reconhecidos oficialmente. A SPMCU decide abrir no Porto um seminário para acolher alunos e professores, promovendo igualmente cursos de teologia (quatro anos) e de filosofia (três anos). Aires A. Nascimento é chamado a participar no porojecto. O seminário é instalado, em 1961, numa casa senhorial, com capela e uma quinta, conhecida por Boa Nova, em Vilar do Paraíso (Gaia). A construção de um novo edificio, que virá a ser conhecido por Seminário de Valadares (1968), rapidamente se tornou numa necessidade.
Passando a desempenhar funções docentes, num novo quadro institucional, desde logo se colocou a questão das equivalências escolares com o ensino oficial. Neste sentido, em fins de 1962, inicia uma forçada preparação para a aprovação dos exames da alínea de letras que realiza, com sucesso, no Liceu Alexandre Herculano (Porto).
É Professor de várias matérias na sociedade missionária, não apenas em Valadares, mas também no Semináriode Tomar (1963-1965). A continuação da docência, cada vez mais exigente,
leva-o a perspetivar tirar o curso de "filologia clássica" na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Cronista ?
O tempo era de mudança na Igreja, com o Vaticano II (1962-1965), mas também sobre a forma como se passou a encarar a posição de Portugal em África, sobretudo depois do início das
guerras coloniais (1961). O papel dos missionários em África, associados da agentes do colonialismo passou a ser questionado, exigindo-se uma nova abordagem, o que virá a ter reflexos na própria mudança do nome da SPMCU para
Sociedade Missionária da Boa Nova.
Foi na revista Volumus- Revista de Formação Missionária que iniciou a sua produção escrita, fazendo recensões de publicações, até que em 1960 se torna responsável pela sua publicação. Foi na Volumus também que publicou o seu primeiro artigo - "Colégio Universitário de Aspirantes Médicos Missionários", que termina com uma significativa citação de Santo Agostinho: "Dai-me magistrados, médicos, oficiais, segundo a lei de Deus e já não terei receio, pois com estes se faz a cidade de Deus" (Volumus, ano XII, 1960, nº2)
Aires do Nascimento, como dissemos, está ligado desde inicio
(1961) ao grupo de missionários que estão base do novo seminário de
Valadares.
Integrou também desde o inicio o grupo fundador de
"Igreja e Missão - Revista de Cultura e Formação Missionária",
cujo primeiro número, da 2ª. série (ano XIII), saiu em 1961.
Trata-se de uma publicação que se empenhou na divulgação das ideias do
Vaticano II e de novas correntes da Igreja em Portugal, como o Graal.
Neste número, publica um artigo intitulado - A Igreja no Congo (ex-Belga)
- onde dá conta das mudanças que estavam a ocorrer em África. Sobre
questões internacionais irá ainda centrar a sua atenção sobre as
profundas desigualdades existentes na América Latina (nº16,
Jul./Set.1964).
Nas páginas desta revista chama a atenção para novos pensadores
cristãos, como Oscar Cullmann (1902-1999)(nº15, Jul./Set.1964) ou Yves
Congar (1904-1995) (n.19, Jul./Set.1965).
É desde inicio um empenhado defensor das ideias renovadoras do Vaticano
II (nº11, 1963), defendendo uma visão da igreja plural (nº.9,
1963), personalista, pautada pelo respeito dos Direitos
Humanos (Nº20, Out./Dez.1965) e ecuménica (n.19,
Jul./Set.1965)
Assumiu um papel muito ativo na organização e divulgação das ideias em
debate na "Semanas Nacionais de Estudos Missionário" (1). Nas páginas
que escreve na revista Igreja e Missão, não se limita a ser um
simples divulgador, toma posição sobre a organização, profundidade das
abordagens, etc., com grande liberdade crítica ( nº12, 1963; nº23, 1966;
nº27,1967; Nº. 38,1969).
Entre 1964 (n.13/14, Jan./Jun.) e 1969 (nº31, Set./Out) integra o
Conselho de Redação da revista Igreja e Missão. Em 1970 passa a
ser assistente na Faculdade de Letras de Lisboa, o que o obrigou a
outras exigências.
Lendo relatos dos seus companheiros percebe-se que terá realizado também
um importante trabalho na tradução de documentos fundamentais da Igreja
católica, como a epistola solene “Suavi Sane” de PIO XI (24/10/1932), diploma fundacional da Sociedade Portuguesa das
Missões Católicas.
Ao longo dos anos tem continuado a
reflectir sobre a doutrina católica, traduzido textos doutrinais
fundacionais, mas também divulgado textos sobre as missões, a obra e
figuras da Sociedade Missionária Portuguesa, de que são exemplo:
- Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, Tradução. Instituto
Biblico Pontífico de Roma. Edições Paulistas. 1985
-
O livro de teologia: génese de uma estrutura e
estruturação de uma ciência, Didaskalia. 25 (1995) 235- 255.
- Dizer a Bíblia em português. fragmentos de uma história
incompleta. Revista Lusófona de Ciência das Religiões. Lisboa, 2013.
-
Edito de Milão. Apostilas para uma
Tradução. Lisboa, UCP. 2013
- A Igreja na história da cultura. (2000) - In: Igreja e missão vol. 184
(2000) p. 139-201
- Valadares - Seminário das Missões da Boa Nova. Apontamentos de
lembranças dos primeiros tempos do Seminário de Valadares, com a
colaboração do P.e André Marcos, José Quina, Marinho Borges e Joaquim
Alves Pereira. 2011
- D. José dos Santos Garcia.
1º bispo da Sociedade Missionária Portuguesa, 1º bispo de Porto
Amélia-Pemba (Moçambique) : 1957-1975 : testemunho e memória. Lisboa.
2011.
3. Professor Universitário
A formação em filologia clássica, mas sobretudo
depois de se torna professor nesta área na Faculdade de Letras (1970),
marca uma mudança na sua vida. À missão de pregar a palavra de Deus,
juntou a missão de procura e difusão do saber, próprias de um verdadeiro
professor. As exigências académicas tornam-se num poderoso
estimulo para uma produção regular em estudos clássicos, que lhe
permitem um amplo domínio do latim e da cultura clássica.
Foi decisivo neste capítulo, a convivência a
partir de 1972 com o professor Manuel Cecilio Díaz y Díaz (1924-2008) da
Universidade de Santiago de Compostela, que o levaram a trabalhar sobre
obras fundamentais da cultura medieval portuguesa.
Como professor universitário, na verdadeira acepção do termo, cultivou multiplas relações nacionais e internacionais, que se consubstanciaram em convites que recebeu para cursos, conferências, projectos ou participação em associações e academias em países como a França, Espanha, Itália, Bélgica, Grã-Bretanha ou o Brasil. Tornaram-se frequentes os seminários e cursos realizados em Lisboa sob a direção de professores vindos destes países, especialistas em aspectos e linhas inovadoras de investigação e da didáctica. Em Julho de 2019, durante o congresso científico em sua homenagem, constatou-se que metade dos professores do Departamento de Estudos Clássicos haviam sido seus alunos.
3. 1. Reflexões sobre a Universidade
Aires A. Nascimento não se limitou a exercer e ser um professor universitário, historiou e reflectiu sobre a própria universidade nos nossos dias.
Tem igualmente escrito páginas de testemunho e reflexão sobre o percurso de vida e a obra de personalidades como Luís de Sousa Rebelo (1922-2010), Manuel C. Díaz y Díaz (1924-2008), Mário de Albuquerque (1898-1975), José Geraldes Freire (1928-2017), Horacio Santiago ´-Otero (1928-1997), Maria Helena Mira Mateus (1931), J. Pais da Silva (1929-1977), Martim de Albuquerque (1936), Fernando de Mello Moser (1927-1984), Américo Costa Ramalho (1921-2013), Avelino de Jesus da Costa ((1908-2000), Giuseppe Tavani (1924), Maria Helena da Rocha Pereira (1925-2017), Maria Leonor Carvalhão Buescu (1932-1999), António A. Marques de Almeida (1936-2017), Padre Manuel Antunes (1918-1985), Maria Helena de Paiva Correia, Mário (Gonçalves) Martins (1908-1990), José da Cruz Policarpo (1936-2014), Victor Jabouille (1947), José Pedro Machado (1914-2005), Carmen Codoñer Merino (1936), Manuel José do Carmo Ferreira (1943), José V. de Pina Martins (1920-2010), João de Almeida Flor (1943), Serafin Moralejo (1946-2011), Amadeu Rodrigues Torres (1924-2012), Fernando Alves Cristovão (1929), António Fontán (1923 -2010), Arnaldo Monteiro Espírito Santo, Leonel Ribeiro dos Santos (1947), Luís Crespo Fabião (1925-2001), Vitalino Valcárcel Martinez, João Barrento (1940), Maria de Lurdes Flor de Oliveira, Raul Rosado Fernandes (-2018).
A ler:
- A Faculdade de Letras de Lisboa: em busca do sentido do Tempo, para que a memória seja projecto, Revista de Universidade de Lisbioa, 2, nº5, Abril de 1988, 6-11
- Universidade e Investigação: as dificuldades de uma integração ou a má consciência de um estatuto, in, A Faculdade de Letras em debate - Assembleia Magna de Docentes, Março de 1999....
- University in a new line of scientific policy, NewsLetter 2000 Compostella, nº6, 2000, 13-15
- "Nostra studia, sapientiae via": a voz fundadora do rei D. Pedro V, no 150º.aniversário da fundação do Curso Superior de Letras de Lisboa, EUPHROSYNE, 38, 2010, 401-438.
- O estudo de Letras, caminho para a sabedoria: evocação do 150º. aniversário da fundação do Curso Superior de Letras de Lisboa por D. Pedro V: comunicação à Academia das Ciências de Lisboa, em 2010.
Manuel Antunes, iniciou a sua docência na Faculdade de Letras em 1957, com a cadeira de História da Cultura Classica, jubila-se em 1985. Aires A. Nascimento, inicia a sua formação nesta faculdade em 1966, a docência em 1970 e jubila-se em 2008. Como assinala num dos seus textos (5), a docência da Manuel Antunes marca uma profunda mudança neste estudos clássicos na FL, que Aires do Nascimento irá dar um enorme contributo durante 38 anos.
Coube-lhe naturalmente reunir, estudar e editar a "Correspondência e Outros Textos " do Padre Manuel Antunes, que compreende o VI volume das Obras Completas. Os textos, mas também o contacto intimo com este incontrornável pedago-pensador, permite-lhe destacar um dos seu traços singulares:
"a correspondência epistolar não era mais do que supletiva no encontro directo, que lhe agradava mais porque propício a desfazer dúvidas e equívocos ou capaz de suscitar empenhamentos pessoais. Sócrates bem dissera que o registo escrito não respondia à singularidade do leitor; Manuel Antunes lança nas suas cartas o que a distância não lhe tolera fazer pela palavra que do coração passa pela mente e chega aos lábios – por isso o telefone servia para os mais diversos contactos (e disso não ficaram registos, embora haja referências)" (p.4).
4. Estudos Clássicos
A conclusão da sua licenciatura em filologia clássica, em 1970, com a dissertação - "Aretê Sofística - O Homem Grego do Século V a.C, em valoração"- foi saudada na revista EUPHROSYNE (Nova Série, Vol. IV, p.268). A forma surpreendente e profunda como reinterpreta o conceito grego Artê (virtude), deixava supor que iria enveredar pela filosofia (2).
Foi um início auspicioso. Os estudos sobre a lingua e a cultura grega, nunca abandonados, não tardam todavia a serem secundarizados face à lingua e cultura latina.
A ler de Aires A. Nascimento sobre a cultura grega:
- O significado de Agxdos na Antígona de Sófocles, EUPHROSYNE, nº.6,
1973-1974;
- Sófocles, em centenário: o peso do tempo, o tributo da leitura, in, Sófocles - XXV centenário do nascimento (Actas de Colóquio), coord., Lisboa, Centro de Estudos Clássicos, 2005, 7-14.
4.1. Latim Clássico
A partir de 1972, o domínio do latim e da cultura latina passam a ser objeto de um estudo sistemático. Reflete sobre o ensino do latim clássico, mas também produz importantes instrumentos para a sua leitura e tradução. Autores como Plínio, Ovídio, Virgilio, Propercio, Osório ou Terêncio são objecto de vários trabalhos.
A ler de Aires A. Nascimento:
- Colóquio sobre o ensino do latim:
actas / Departamento de estudos clássicos, Faculdade de letras, Lisboa ;
[introd. Aires Augusto Nascimento] / Lisboa : Ministério da educação,
Instituto de cultura e língua portuguesa , 1987
- Varia Proberbia, EUPHROSYNE, Nº 10, 1980
- Comentario a las Bucolicas de Virgilio / Nicolas Trivet Anglico ;
estudio y edición crítica por Aires Augusto Nascimento y José Manuel
Diaz de Bustamante / [Santiago de Compostela] :Universidad de Santiago
de Compostela , 1984
- Concordantiarum discordantia: em
busca de padrões comuns para concordancias lexicais / Aires A.
Nascimento / Lisboa : Imprensa Nacional-Casa da Moeda , 1993
- N. Trevet, comentador das "Bucólicas" de Virgílio: confirmaçao de
autoria / Aires A. Nascimento / Lisboa : Imprensa Nacional-Casa da Moeda
, 1993
- Egéria. Viagem do Ocidente à Terra Santa, no
séc.IV , com
Alexandra B. Mariano.
Lisboa : Edições Colibri , impr. 1998
- De Augusto a
Adriano: actas de Colóquio de literatura latina, Lisboa, 2000 Novembro
29-30 / coordenação editorial de Aires A. Nascimento / Lisboa :
Euphrosyne , 2002
- Os
clássicos no tempo : Plínio, o Velho, e o Humanismo Português : colóquio
internacional, Lisboa, 2006, Março, 31 / coordenação Aires A. Nascimento
/ Lisboa : Centro de Estudos Classicos , 2007
- Ovídio: exílio
e poesia : leituras ovidianas no bimilenário da "relegatio" : colóquio
internacional, Lisboa, 2007, Junho, 21 / coordenação Aires A. Nascimento
e Maria Cristina C. M. S. Pimentel / Lisboa : Centro de estudos
clássicos , impr. 2008
- Antiguidade Clássica: que fazer com este património? 2003, maio 8 -
10 / Colóquio à Memória de Victor Jabouille . - Lisboa (2004)
- Para um "Corpus Codicum Graecorum Hispanorum": uma pequena colecçao
olissiponense. (2008) - In: Euphrosyne vol. 36 (2008) p. 349-365
A importância da leitura dos clássicos suscitou-lhe profundas reflexões, nomeadamente da necessidade de orientar os mais jovens na sua leitura:
- "O texto distante... (para a recuperação dos clássicos)", in Colóquio sobre o ensino do Latim, Clássica, 19, 1994, pp. 11-23.
- "Les Classiques de toujours pour les temps nouveaux : une réflexion nécessaire", in Euphrosyne, 30, 2002, pp.317-324.
O estudo da literatura greco-romana permite-lhe, como
a muito poucos, identificar as raízes e influências da mesma ao longo de
toda a Idade Média e Moderna em Portugal.
4.2 Epigrafia
Aires A. Nascimento, com base no estudo de duas placas funerárias romanas de Idanha-a-Velha, e de uma inscrição epigráfica existente numa capela octogonal junto do Mosteiro de Seiça, produz uma importante reflexão sobre os limites da arquelogia e da epigrafia, colocando em evidência os contributos que pode dar a filologia para fazer falar as pedras.
A ler de Aires do Nascimento:
- Legere, perlegere: da singularidade epigráfica ao sentido do texto e do monumento”, Sylloge Epigraphica Barcinonensis, 2010, nº8.
- "Escrita na pedra", in Epigrafia Latina do Museu Municipal Hipólito Cabaço (Alenquer), Lisboa, Centro de Estudos Clássicos, 2001, pp. 3-7.
- "Sunt lacrimae rerum", in Epigrafia do Território Português II - Inscrições Gregas de território português, ed. Manuela Alves Dias et all, Lisboa, Centro de Estudos Clássicos, 2001, pp.3-8.
"A Religião dos Rústicos", publicado no catálogo da exposição - Religiões da Lusitânia, em 2002, aborda com rigor e erudição, uma questão polémica: o embate que sofreu a religião romana por parte do cristianismo. Assinala substituições, reinterpretações, persistências de modo a organizar um quadro diacrónico do processo, permitindo-nos entender, por exemplo, o silêncio do Martinho de Braga (séc. VI) sobre o culto de santos, especifico da "religião popular", na região do Minho.
Continuação
Carlos Fontes