Invasões
Francesas
Os revolucionários
franceses de 1789, rapidamente se esqueceram dos Direitos do Homem e dos
Cidadãos, para se tornaram numa das piores hordas de assassinos e ladrões que
a humanidade já conheceu.Não tardaram a invadir outros países europeus e o
Norte de África matando e pilhando tudo o que de valor encontravam. A
sua novidade da pilhagens francesas consistiu no facto de terem
constituído equipas de especialistas em diferentes áreas que
acompanhavam o exército, evitando desta forma levarem para França coisas sem
valor. Portugal,
entre 1807 e 1814 foi invadido três vezes pelo exército francês, apoiados
pelo exército espanhol. Acompanhando estes militares seguiam equipas de especialistas franceses
que identificavam as preciosidades nos palácios,
conventos, bibliotecas, arquivos ou nas colecções públicas e privadas, como
as do Museu
Real ou do Marquês de Angeja,
procedendo-se de seguida à sua pilhagem. Três
exemplos: a ) Durante
a 1ª. Invasão Francesa (1807-1808), Etienne Geoffroy Saint Hilaire foi enviado
pelo Musée d`Histoire Naturelle de Paris para ver as colecções
existentes em Lisboa. Nos Gabinetes de Exposição do Museu de História Natural
de Lisboa, pode escolher espécimes únicos e manuscritos de incalculável
valor. Entre estes estavam os de Alexandre Rodrigues Ferreira, um
cientista português que entre 1783 e 1792 percorreu todo o Rio Amazonas e
muitos dos seus afluentes. Muitas espécimes de plantas e animais que recolheu,
os seus manuscritos e até os seus diários foram enviados para Paris. A
pilhagem extendeu-se naturalmente a tudo o que fosse mapas e manuscritos antigos
sobre terras percorridas pelos portugueses. Era desta
forma que a ladroagem francesa actuava. b
) Nada escapava às ladrões
franceses, nomeadamente os túmulos reais. Entre os muitos que foram profanados
e saqueados, conta-se os túmulos de Dom Pedro e de Dona Inês de Castro, no
Mosteiro de Alcobaça. Neste caso, os ladrões destruiram inclusivé as suas
magnificas esculturas. c
) Muitas foram as cidades
pilhadas pelos franceses como Lisboa, Porto ou Coimbra.Évora em 1808,
Frei Manuel do Cenáculo testemunhou o saque da cidade pelos franceses. O que
não pode ser levado foi destruído ou vandalizado. Após
teram sido derrotados na 1ª. Invasão , os franceses negoceiam com
os ingleses um acordo de rendição propício ao saque (Convenção de Sintra),
segundo qual podiam levar tudo o que quissem em barcos que os ingleses lhes
disponibilizariam. O roubo foi desta forma oficializado. No 15
de Setembro de 1808 largam do Tejo vários
navios abarrotados de alfaias sagradas,
quadros, manuscritos, jóias, etc. O
mesmo sucedeu na 2ª. e 3ª. Invasão, só que o meio de transporte do saque foi
terrestre. . Pormenor
da Bíblia dos Jerónimos. Fins do século XV, em sete volumes.
Depois
da guerra, Portugal teve que pagar verdadeiras fortunas para reaver algumas
destas peças, como a célebre Bíblia dos Jerónimos, levada para
França pelo próprio Junot. A esmagadora maioria das obras nunca retornaram a
Portugal, fazendo hoje parte do espólio dos museus e blibliotecas de França. .
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