Palestinianos:
o drama de um povo
Depois da 2ª.
Guerra Mundial, os povos que habitavam a Palestina desde à milhares de
anos, maioritariamente
muçulmanos, viram-se desapossados das suas terras e casas.
Os novos senhores - os judeus
-, reclamaram a anterioridade da posse daqueles territórios. Deus, afirmam, confiou-lhes aquele solo
sagrado, sobre o qual os reis David e Salomão criaram um próspero reino. A
legitimidade para esta ocupação decorria também de consensos internacionais.
Colocadas as
coisas desta forma, a única alternativa que restou aos palestinianos foi
declararem guerra aos invasores. Havia milhares de anos que habitavam
aqueles territórios.
1.
Expulsões
Anos 40
Pouco depois da proclamação do
Estado de Israel, em 1948, cerca de um
milhão de palestinianos (85 %) foram afastados das suas terras e casas.
Calcula-se que 531 aldeias e 11 bairros urbanos tenham sido esvaziados dos seus
habitantes.
Nos territórios que Israel não
ocupou, segundo a ONU, deveria ser instalado o Estado palestiniano, uma questão
que nunca mereceu o consenso dos próprios palestinianos.
Anos 50
Nos sucessivos
conflitos com os países muçulmanos da região, Israel aproveitou as suas
vitórias militares para a sua expansão territorial, reduzindo ainda mais o
território para um possível Estado palestiniano.
É neste contexto
que Abu Amar (Yasser Arafat),
funda, em 1959, a Fatah, que se recusava a fundar o estado palestiniano
somente nesses territórios, assumindo como único objectivo a reconquista e
destruição de Israel. Guerrilha e atentados selectivos passam a parte da nova
estratégia de guerra palestiniana.
Anos 60
Durante
a chamada "Guerra dos Seis Dias", em 1967, Israel passou a ocupar toda
a Palestina com a conquista da Faixa de Gaza, da Cisjordânia e do sector leste
de Jerusalém. As tropas israelitas ocuparam igualmente os montes Golã à Síria
e a península do Sinai ao Egipto, devolvida depois no final da década de
setenta.
Na
sequência destas ocupações ocorreram novas vagas de expulsão de
palestinianos, em cujos territórios foram sendo instalados colonatos israelitas
(Faixa de Gaza, na Cisjordânia e
em Jerusalém Leste
).
2. Palestina e Diáspora
Palestiniana
Cisjordânia
Este território palestiniano e
jordano, situado na margem ocidental do Rio Jordão, encontra-se desde 1967
ocupado por Israel. Vivem nesta região cerca de 2, 2 milhões de
palestinianos, em condições dificilimas.
Faixa de Gaza
Numa pequena faixa de deserto (360
km2), acumulam-se hoje cerca de 1,5 milhão de palestinianos, 60% dos quais em
campos de refugiados. A esmagadora maioria da população vive da ajuda
internacional.
Em 2007, depois do Hamas ter tomado
o poder, Israel, bloqueou o acesso a este território palestiniano. A vida dos
palestinianos que estão aqui cercados tornou-se num inferno.
Israel
Cerca de 1,5 milhões de
palestinianos continuam a morar e a trabalhar no actual Estado de Israel, onde
são alvo de uma enorme discriminação.
Os palestinianos estão hoje
espalhados por todo o mundo, em resultado das sucessivas expulsões das suas
terras.
Líbano
Nos anos 60
formaram-se neste país grandes campos de refugiados, que não tardaram a
constituir uma ameaça para a sua própria sobrevivência. A partir deste país
os palestinianos passaram a atacar Israel, que não tardou a intervir
militarmente no Libano, piorando ainda mais a já difícil situação em que
vive a sua população.
Síria
A Síria foi particularmente
devastada durante a guerra dos seis dias (1967), tendo Israel ocupado desde
então uma parte do seu território (Montes Golã). Vivem neste país milhões
de refugiados palestinianos e seus descendentes.
Jordânia
Metade da
população deste país é constituído por palestinianos ou descendentes de
palestinianos.
3.
Globalização do Problema Palestiniano
O conflito
israelo-palestiniano tem constituído um excelente pretexto, para a guerra
contra o "Ocidente" por parte do radicais islâmicos. O Ocidente é
aqui identificado com todos países que apoiam o Estado de Israel ou aceitam a
sua existência. Neste sentido, a guerra contra Israel deixou
de confinar-se ao Médio Oriente.
Os atentados do 11
de Setembro de 2001 são, um dos muitos exemplos, desta tentativa de
globalização do conflito
israelo-palestiniano.
4. Entendimento
Impossível ?
O ódio está
instalado, os radicais continuam a dominar, pelo que temos de concluir que todas
as tentativas de entendimento entre israelitas e palestinianos estejam voltadas
ao fracasso.
A existência do Estado de Israel é
oficialmente reconhecido por alguns países árabes, como o Egipto e a Jordânia,
tolerado ou negado por outros, como o Irão que, proclama ter como objectivo
estratégico a sua destruição.
Continua .... Espere um pouco !
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