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Durante
séculos o relativismo foi a bandeira da liberdade. Contra a opressão da
moral dominante e da intolerância religiosa, defender uma perspectiva
relativista era defender a tolerância.
Foi à sombra do relativismo que
todas as diferenças foram legitimadas.
No final do século XX o
relativismo terminou no indiferentismo. Deixou de haver regras ou valores
para julgar seja o que for. Há sempre "prós" e "contras"
em relação a qualquer situação. Há sempre valores a preservar,
diferenças a respeitar. É por isso que proibir ou condenar se tornou um
problema. Mas muito mais complicado se tornou a justificação das
decisões tomadas. Por tudo isto a questão da moral se tornou tão
popular.
Assistimos hoje, segundo
diversos teóricos norte-americanos ao regresso da velha moral "natural".
Cada povo tem uma dada natureza definida pela sua religião, cultura e lugar no
mundo. A linha divisória entre os bons e os maus, os superiores e os inferiores
percorre sinuosa o mapa do mundo, e assenta num princípio muito simples:
O cristão, sobretudo o norte-americano é bom por natureza. O muçulmano é um
perigo para a Humanidade e deve ser dominado. |